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Filhos de Savimbi elogiam presidente angolano por permitir exéquias 17 anos após morte

FOTO AMPE ROGÉRIO/LUSA
FOTO AMPE ROGÉRIO/LUSA

A família do líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi afirmou-se hoje “finalmente em paz” com as exéquias fúnebres do marido, pai, tio e avô e elogiou a “coragem política do Presidente angolano.

As afirmações foram proferidas, em nome da família, pelos primogénitos de Jonas Savimbi, Durão Sakaíta e Helena Savimbi, durante a cerimónia fúnebre que permitiu sepultar, 17 anos depois da morte, o líder histórico do “galo negro” na terra natal dos pais, Lopitanga, 30 quilómetros a oeste do Andulo, no norte da província angolana do Bié.

“Agradeço a presença de todos os que permitiram realizar o funeral na terra que é o berço da família Savimbi, neste derradeiro adeus, em particular ao Presidente da República [João Lourenço], pela sua sensibilidade humana, pela coragem política, pela decisão histórica de entregar os restos mortais do meu pai”, sublinhou Durão Sakaíta.

Jonas Savimbi foi morto em combate a 22 de fevereiro de 2002, tendo siso sepultado no cemitério do Luena, no Moxico, mas sob a alçada do Governo angolano, cujo Presidente acedeu, em 2018, ao pedido do atual líder da UNITA, Isaías Samakuva, para se proceder à exumação do corpo, processo que culminou sexta-feira no Andulo, com a entrega formal dos restos mortais à respetiva família, para que hoje, em Lopitanga, se concretizasse o funeral.

Num discurso em que cada frase quer de Durão quer de Helena começava com a palavra “pai”, e sempre na primeira pessoa, ambos destacaram o “político que se entregou à causa nobre de servir o país, antes e depois da independência”, mas “sem nunca deixar de ser um progenitor “presente” quer “perto quer longe”.

“Pai, foste rigoroso connosco, foste pai. Sempre atento à nossa educação, sempre atento à necessidade de valorizar o trabalho, o respeito e os valores. Ensinaste-nos a respeitar os mais velhos. Brincaste connosco, contavas-nos histórias. Foste pai de todos os homens que abraçaram a causa”, sublinharam ambos na declaração familiar.

“Pai, foste um homem que amou profundamente Angola. Os que morrem acabam por viver sempre se a causa por que lutaram foi boa. Ficamos finalmente em paz”, terminaram Durão e Helena.