Madeira

“Foi preciso chegar uma governação socialista para os funcionários ficarem sem ordenado”

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A vereadora Rubina Leal (PSD) classificou, esta tarde, de “lamentável”, “incompreensível” e “inaceitável” que a Câmara do Funchal deixe os trabalhadores da empresa municipal Frente Mar sem vencimento, algo que considera ser caso inédito, que acontece pela primeira vez na história das autarquias da Região.

“Isto nunca aconteceu em 40 anos. É uma vergonha. Foi preciso chegar uma governação municipal socialista para os funcionários públicos ficarem sem ordenado”, sublinhou a autarca social-democrata após a reunião camarária desta quinta-feira.

Também o vereador Jorge Vale Fernandes (PSD) classificou o atraso nos pagamentos dos salários como “ocorrência lamentável” que “confirma a situação de desgoverno da Câmara Municipal do Funchal, que atinge a empresa municipal Frente Mar Funchal, em resultado da gestão socialista”. O autarca social-democrata, que é porta-voz sobre questões financeiras, garantiu que a empresa “está em falência técnica, com défice de capital de quase 450 mil euros” e “tem uma execução fiscal em curso no valor de quase 110 mil euros porque alegadamente não pagou as Finanças e entrou em incumprimento”, além de ter sido condenada pelo tribunal a pagar uma indemnização de 340 mil euros por não reintegrar um funcionário.

No entender de Jorge Vale Fernandes, o atraso no pagamento de salários “é mais uma vergonhosa incapacidade, até porque a despesa com salários é fixa, é conhecida antecipadamente e podia ter sido realizada uma reserva de dinheiro para esse fim”. Por outro lado, lamentou que os problemas financeiros continuem a suceder-se nos anos recentes, mesmo após a CMF ter entregado em 2014 o negócio dos parquímetros à Frente Mar, que gera receitas de quase 1,5 milhões de euros por ano e de múltiplas injecções de capital na empresa (em 2018 foram mais de 850 mil euros). “Para onde vai o dinheiro que a Frente Mar cobra nos complexos balneares e nos estacionamentos e a verba que recebe do erário público municipal?”, questionou.

Face a este cenário, o mesmo vereador do PSD exigiu que o presidente da Câmara “assuma as suas responsabilidades sem escudar-se no silêncio, ou ocultando-se por trás de respostas como ‘desconheço’ e ‘não sei’”.