Madeira

Peso da despesa em Investigação e Desenvolvimento na Madeira cresceu ligeiramente em 2017

O I&D representou apenas 0,36%, a terceira percentagem mais baixa do país e 3,5 vezes inferior à média nacional

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O peso da despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) no Produto Interno Bruto (PIB) da Região Autónoma da Madeira foi de 0,36% em 2017, mais 0,05 pontos percentuais (p.p.) que em 2016, ano em que este indicador se fixou em 0,31%.

Segundo os dados da Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), divulgados hoje, “é de notar que o valor mais elevado registou-se em 2008 (0,38%). Estabelecendo uma comparação com as restantes regiões do país, observa-se que a RAM, Região Autónoma dos Açores (RAA) e Algarve apresentam rácios relativamente próximos entre si, embora muito afastados da média nacional”, destaca.

Nesse ano, “a despesa em investigação e desenvolvimento (I&D) no PIB em Portugal foi de 1,33%, enquanto o Algarve e a RAA apresentaram, ambas uma percentagem de 0,30%, inferior em 0,06 p.p. à da RAM. A Área Metropolitana de Lisboa (1,58%) e o Norte (1,51%) surgem como as regiões com melhor performance neste indicador, estando a Madeira com um peso 3,5 vezes inferior à média nacional e acima das 4 vezes inferior à media das duas principais regiões.

Melhorias nos recursos humanos

Além disso, esclarece a DREM, “a proporção de pessoal (equivalente a tempo integral) em I&D na população activa era, em 2017, de 3,20 em cada mil activos, representando o segundo valor mais elevado no período 2008-2017, depois do ano de 2008 (3,50%). Por sua vez, o rácio para os investigadores fixou-se nos 0,25%, correspondendo ao valor mais elevado da série”.

Nesta actualização da série retrospectiva da “Ciência e Tecnologia” na Região Autónoma da Madeira com os dados de 2017, destaca-se ainda que “foram contabilizadas 44 unidades de investigação, que empregavam 426 pessoas (medidas em tempo integral), sendo que este indicador tem apresentado crescimentos sucessivos desde 2013” e “somente em 2008 foi observado um número de pessoal ao serviço em I&D superior (443,5). A maior parte destes efectivos concentrava-se no Ensino Superior (50,0%), seguindo-se o Estado (26,2%), onde está incluída a Administração Pública Regional e a Administração Local, e as empresas (22,2%)”.

Mais 22,5% de despesa

Por outro lado, “o valor da despesa em I&D rondou, em 2017, os 16,7 milhões de euros, +22,5% que no ano precedente (13,7 milhões de euros), retomando deste modo o crescimento interrompido em 2016”, aponta. “Foi também o Ensino Superior que liderou as actividades de I&D na RAM no que se refere à despesa executada, realizando 45,6% da despesa naquela vertente, seguido das Empresas (27,3%) e do Estado (26,1%)”.

Maioria de financiamento é público

Diz ainda que “em todos os anos da série com dados disponíveis, o Estado tem-se apresentado como o principal financiador da despesa em I&D na RAM, concentrando mais de metade (59,5%) do total em 2017, seguido das empresas com 22,6%. Em 2017, o financiamento do Estado ultrapassou os 9,9 milhões de euros, +10,1% que em 2016”, aponta.

Mais ciências sociais e humanas

Quanto às áreas científicas ou tecnológicas onde foi realizada a despesa na RAM em I&D, “entre 2011 e 2017, as ciências sociais e humanas destacaram-se face às outras áreas”, diz a DREM, uma vez que a “situou-se nos 3 milhões de euros, surgindo as ciências naturais e as ciências exactas na segunda posição, ambas com 2,3 milhões de euros”.

Empresas inovam cada vez mais

Por fim, aponta, “no período 2014-2016, 61,7% das empresas da RAM apresentaram avtividades de inovação, correspondendo ao valor mais alto registado desde o triénio 2004-2006. Quanto à intensidade de inovação das empresas da Região - indicador que corresponde à percentagem da despesa total de inovação no volume de negócios das empresas que declararam despesas de inovação - a mesma foi de 1,4% no período 2014-2016, 0,1 p.p. acima do valor de 2012-2014 (1,3%)”, conclui.