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Fundação Francisco Manuel dos Santos anuncia 11 ensaios para 2019

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Inteligência artificial, prevenção da doença, crime e insegurança, religião, habitação e eleições europeias são alguns dos temas abordados em 11 ensaios que a Fundação Francisco Manuel dos Santos vai publicar este ano.

O plano editorial para 2019 da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) foi apresentado hoje, em Lisboa, por António Araújo, responsável pelas publicações, que destacou o facto de a fundação celebrar o 10.º aniversário, com um balanço de “mais de um milhão de livros colocados nas mãos dos portugueses”.

O responsável destacou que, entre os 17 títulos (11 ensaios e seis retratos) que a fundação vai publicar -- “mais do que é habitual” --, dois são ensaios sobre a Europa, a chegarem a público no dia 02 de abril, para “aproveitar as eleições europeias”, que se realizam este ano.

Um deles é da autoria do economista José Tavares (que enquanto poeta e romancista assina como José Gardeazabal) e debruça-se sobre os fundamentos da Europa, enquanto continente, ideia ou cultura, uma Europa que começa a dar sinais de um “certo sonambulismo”.

“É um grande ensaio filosófico e literário sobre a Europa, um livro fundamental para perceber o sentido da Europa nestes tempos”, afirmou, descrevendo-o como um “ensaio na linha de George Steiner”.

O outro título, da autoria do investigador Nuno Sampaio, debruça-se sobre as eleições para o Parlamento Europeu e a escolha do presidente da Comissão Europeia, sobre “os métodos mais comuns de aproximar os eleitores das eleições”.

Os três primeiros ensaios da fundação foram publicados no dia 15 de janeiro, o primeiro dos quais “Prevenir doenças e conservar a saúde”, da autoria de Francisco George, antigo diretor-geral da Saúde. Já está esgotado, disse António Araújo, revelando que a fundação vai fazer uma reedição.

Trata-se de uma partilha da experiência de Francisco George à frente da Direção-Geral da Saúde, refletindo sobre os principais avanços e desafios da saúde pública.

Os outros dois títulos saídos neste mês foram “Inteligência artificial”, da autoria do investigador Arlindo Oliveira, sobre a relação entre este tipo de sistema e a inteligência humana, e “A energia em Portugal”, sobre os desafios da transição energética.

Um olhar sobre a “Administração Pública Portuguesa”, pelo economista António Tavares, é outro dos ensaios e “um título que fazia falta, como fazia um sobre a religião”, destacou António Araújo, numa referência a “Religião na Sociedade Portuguesa”, livro da autoria do antropólogo Alfredo Teixeira, que não escreve “numa perspetiva confessional”, mas com “abertura ao pluralismo religioso”.

Em “Criminalidade e segurança”, a investigadora Manuela Ivone Cunha debruça-se sobre a complexidade de medir e definir os contornos destes fenómenos, numa abordagem que foge do “habitual olhar da criminologia”.

A globalização é também objeto de análise, pelo subdiretor dos Centro de Estudos Internacionais do ISCTE, Bruno Cardoso Reis, em “Pode Portugal ter uma estratégia?”, ao passo que o arquiteto Ricardo Costa Agarez escreveu um ensaio sobre a “Habitação apoiada em Portugal: 100 anos”, no âmbito do centenário do lançamento dos primeiros programas de apoio público à habitação social.

Os “Hábitos alimentares dos portugueses” são também tema de reflexão, num ensaio da socióloga Mónica Truninger, que aborda temas como a forma como “o uso da bimby, os congelados e os novos tipos de produtos condicionam o que comemos todos os dias”, explicou António Araújo.