Madeira

“Antigamente havia casos isolados e a Igreja protegia os seus membros”

Padre António Simões junta-se aos defensores da ‘tolerância zero’, “seja padre, não seja padre”

None

O Padre António Simões também já se pronunciou sobre o assunto que está hoje a marcar a actualidade regional, o afastamento do padre Anastácio por suspeitas de abuso sexual de um menor na Madeira.

O sacerdote madeirense que mais alto chegou na hierarquia do Exército (Coronel Capelão, foi Chefe do Serviço de Assistência Religiosa do Exército e Adjunto do Capelão Mor das Forças Armadas) congratulou-se com a decisão da Diocese, que a seu ver representa um ponto de viragem na forma como até então o clero madeirense tinha tratado estas questões.

“Felizmente a Igreja tem tomado uma decisão acertada. Antigamente havia casos isolados e a Igreja protegia os seus membros, numa atitude de misericórdia”, admite António Simões, acrescentando que os padres pedófilos “eram afastados de maneira indirecta”.

Na sua opinião “seja padre ou não seja padre, deve ser chamado à atenção” quem exiba estas condutas, pelo que elogia a atitude do Papa Francisco. “O Papa Francisco está a tomar uma posição muito positiva sobre estes casos que acontecem na Igreja ao longo dos séculos”, reitera.

Quando questionado sobre uma possível explicação, o padre António Simões rejeita a hipótese do celibato.

“Não é explicação. Se os padres fossem casados e não fossem sérios era ainda pior. Era um escândalo para a mulher e para os filhos”, diz o sacerdote.

E remata ”Não é o casamento que resolve o problema”.