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Governo do Brasil pede a Tribunal suspensão de decreto contra venezuelanos no país

Em média, entram no Brasil cerca de 500 venezuelanos por dia. FOTO LUSA
Em média, entram no Brasil cerca de 500 venezuelanos por dia. FOTO LUSA

O Governo brasileiro pediu ao Supremo Tribunal Federal que suspenda imediatamente uma medida do governo regional de Roraima, Estado fronteiriço com a Venezuela, que restringe o acesso de imigrantes e refugiados venezuelanos a serviços como saúde e educação.

O Brasil, como signatário de diversos tratados e acordos internacionais que garantem princípios e direitos aos estrangeiros no país, tem a obrigação de contribuir para a universalização dos direitos humanos, considerou o Governo.

“O Governo pede a suspensão imediata do decreto acima mencionado, bem como a declaração desta medida como um ato que ameaça a dignidade da justiça”, afirmou a responsável do órgão consultivo jurídico da Presidência da República, Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, numa carta enviada sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal.

O Estado de Roraima, região onde entram todos os venezuelanos que procuram asilo no país, publicou nesta semana um decreto que restringe o acesso de imigrantes a alguns serviços públicos.

O decreto do governador do Estado fronteiriço com a Venezuela, Suely Campos, determina que o acesso dos imigrantes aos serviços públicos oferecidos pelo governo regional, como saúde e educação, ficará sob o controlo das forças de segurança.

A medida estabelece que os venezuelanos que queiram ir ao Hospital Geral de Roraima, a maior unidade de emergência da região, sejam encaminhados para postos médicos geridos pelo Exército.

O decreto limita ainda a prestação de serviços apenas aos imigrantes que apresentem passaporte, embora a grande maioria não o tenha.

O governador de Roraima já tinha pedido, em Abril, ao Supremo Tribunal Federal o encerramento temporário da fronteira do Brasil com a Venezuela, para impedir a entrada de venezuelanos no país. Em média, entram no Brasil cerca de 500 venezuelanos por dia.

Roraima, um dos estados mais pobres do Brasil, já acolheu aproximadamente 50 mil venezuelanos, o que fez aumentar significativamente a procura dos serviços públicos e o governo regional considera que não tem capacidade de resposta para tanta gente.