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Morais Sarmento critica “anúncio histriónico” sobre eutanásia de Costa e alega que não há mandato

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O vice-presidente do PSD Nuno Morais Sarmento criticou hoje o que descreveu como “anúncio histriónico” do secretário-geral do PS sobre a eutanásia e alegou que os partidos não têm mandato para decidir sobre esta matéria.

No final do 22.º Congresso Nacional do PS, na Batalha, distrito de Leiria, em resposta aos jornalistas, Nuno Morais Sarmento não quis partilhar a sua posição pessoal sobre a morte medicamente assistida, mas elogiou o PSD por entregar “à consciência de cada deputado o seu sentido de voto” em relação aos quatro projectos de lei sobre este tema, na sessão plenária de terça-feira.

Sobre o anúncio de António Costa de que é favorável à legalização da eutanásia, feito no sábado, perante o Congresso do PS, o social-democrata declarou: “Não é dizendo que se respeita a liberdade de consciência e fazendo anúncios histriónicos a quatro dias da votação sobre qual é a posição, neste caso, do secretário-geral do PS, que se dá liberdade de consciência e que se dá liberdade de voto aos deputados”.

“O PSD afirmou, afirma -- e, por isso, a minha opinião será seguramente a que menos interessará neste momento -- que, pela seriedade da questão, pelo mandato que não nos foi conferido para decidirmos pelos portugueses essa questão, enquanto partido, entregamos à consciência de cada deputado o seu sentido de voto”, contrapôs Morais Sarmento.

Questionado sobre o artigo de opinião do anterior primeiro-ministro e presidente do PSD em que este se declarou contra a legalização da eutanásia, o dirigente social-democrata limitou-se a responder que “o doutor Pedro Passos Coelho deu a sua opinião”.

Morais Sarmento reiterou a mensagem de elogio ao seu partido por não assumir uma posição oficial sobre esta matéria, remetendo a decisão sobre o sentido de voto para cada deputado.

“O PSD, nessa matéria, faz o que sempre fez ao longo da sua história. O PSD é um partido humanista, personalista, é um partido que, na sua prática, o exemplifica, respeitando a liberdade de consciência”, disse, acrescentado que o PSD “é o único partido que, em Portugal e nesta eleição, vai praticar aquilo que é o respeito pela liberdade de consciência de cada deputado”.

Nuno Morais Sarmento estava acompanhado pelo líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, e pela vice-presidente da bancada social-democrata Margarida Mano.