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Uma centena de doentes morre em hospital venezuelano por falta de medicamentos e médicos

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Mais de uma centena de doentes do Hospital Raul Leoní, em San Félix, localidade a cerca de 670 quilómetros de Caracas, morreram desde janeiro, por falta de suprimentos e de médicos, diz hoje a imprensa venezuelana.

Segundo o diário Correo del Caroní a situação foi denunciada pelo Colégio de Médicos (correspondente à Ordem dos Médicos) esta terça-feira em conferência de imprensa.

O Colégio de Médicos “exigiu ao Estado que, em vez de investigar e perseguir quem informa sobre a crise que tem matado crianças e adultos, averigue sobre as precárias condições de trabalho” naquele que é o único organismo público de saúde da cidade de San Félix, segundo o jornal.

Segundo o secretário-geral do Colégio de Médicos, Hugo Lezama, há medo entre os médicos e empregados do hospital, porque estão a ser convocados pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (serviços secretos), depois de a imprensa denunciar que seis recém-nascidos morreram recentemente devido a uma falha de energia elétrica que afetou as máquinas de assistência respiratória a que estavam ligados.

“Esperamos que o Ministério Público e as autoridades façam as investigações pertinentes porque não temos culpa que morram (pessoas) pela falta de suprimentos”, disse.

Segundo o cirurgião Luís Valera faltam antibióticos, salas de operação, produtos reativos para laboratórios e ‘hemoderivados’ (produtos sanguíneos) para transfusões de sangue.

O hospital, segundo a informação recolhida pelo jornal, está também com problemas para prestar assistência às pessoas porque a “perseguição do Estado” levou quase 60% do pessoal médico a demitir-se, pelo que não há especialistas em cirurgia cardiovascular, otorrinolaringologia, anatomopatologia e há apenas um cirurgião infantil.