Madeira

“Em 2017, Emanuel Câmara, entrego-te o partido a dois pontos percentuais do PSD”, diz Carlos Pereira

Discurso no XVIII Congresso do PS-M repleto de recados a Cafôfo sem nunca o nomear

Foto Hélder Santos/ASPRESS
Foto Hélder Santos/ASPRESS

“Não vão gostar de tudo o que vão ouvir e não vou gostar de tudo o que vou ouvir”, começou por dizer Carlos Pereira, na apresentação da sua moção de estratégia Global.

O presidente cessante apelou ao início de um debate, que já deveria ter acontecida, mas que ainda não foi iniciado.

O PS é um partido dividido em dois: “Há uma enorme e profunda separação” entre o projecto de Carlos Pereira e de Emanuel Câmara. “Cabe à direcção eleita decidir se o caminho a prosseguir será de convergência.”

Carlos Pereira revela ao Congresso e ao novo presidente a sua visão sobre o papel a desempenhar pelo líder do partido. Uma das funções é ser defensor acérrimo da credibilidade do partido, pois, só assim, o eleitorado vota no PS. Tem também de ser promotor de uma acção política robusta, no sentido de alcançar os objectivos definidos. “Foi o que procurei fazer”, garantiu.

Carlos Pereira diz que foi o esforço da direcção, mas também de todos os socialistas, que conduziu aos melhores resultados de sempre o PS-Madeira, alcançado nas autárquicas. Em 2015, o PS estava a 33 pontos percentuais do PSD. “Em 2017, Emanuel Câmara, entrego-te o partido a dois pontos percentuais do PSD”.

Para assegurar o crescimento é indispensável assegurar o que moveu o partido nos últimos 40 anos. Carlos Pereira dá sete caminhos:

1) a autonomia do partido e da Região. Se o PS quiser ser poder na Madeira, tem de ser autonomisma, primeiro do próprio partido. “O Bernardo Trindade, em 2015, foi vítima” e que foi um desafio do PS, entre ima deste processo”.

2) a democracia. Temos de defender a democracia a todo o custo. Defendemos, a todo o custo que é necessário a transparência. Algo que exige debates de ideias, políticas e caminhos. Não para discutir pessoas. “Quero um PS que respeite a ALM.”

3) a credibilidade. Algo “absolutamente essencial (...). Quando prometemos uma coisa temos de cumprir. Temos de falar a verdade aos eleitores.

4) unidade. Um partido político desunido não ganha eleições. Deve ser uma das características principais.

5) a acção política, que indispensável à determinação da marca do PS. As pessoas, os mais desfavorecidos têm de ser o alvo.

6) respeito por todos, os “respeito entre nós. Não temos de ser amigos de todos. Temos de ser leais uns com os outros e aos programas a implementar.

7) falar do futuro. “Eu estou disponível para fazer, Emanuel Câmara. Precisamos de um partido unido, para ganharmos eleições em 2019”.

Carlos Pereira diz que existem dois blocos distintos no PS, mas daqui pode surgir uma convergência que leve a um PS mais robusto, mais forte e ganhador. “Mas não estou disponível para uma encenação da unidade.”

Carlos Pereira deixou um desafio à direcção: construir uma agenda para a unidade até 2019, com conteúdo, para não ser uma encenação. O ex-presidente pediu uma resposta durante o congresso.

Carlos Pereira continua a sua intervenção.