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Fair Saturday dá vantagem à cultura na resposta à Black Friday

FOTO Reuters
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A iniciativa Fair Saturday, Sábado Justo, avança hoje por diferentes cidades do mundo, um dia depois da Black Friday, Sexta-Feira Negra, apresentando-se como alternativa ao consumismo, com eventos que celebram a cultura e causas sociais.

O projecto surgiu na cidade de Bilbau, em Espanha, em 2014, estendendo-se, posteriormente, a outras cidades do país. No sábado, não só Bilbau, Santander, Huelva e Málaga, em Espanha, como também Lima, no Peru, Bristol, no Reino Unido, e Milão, Pisa e Mesagne, em Itália, recebem diversos espectáculos, no âmbito da iniciativa, enquanto a Escócia a acolhe no dia 1 de Dezembro, comemorando igualmente o St Andrew’s Day, o seu dia nacional.

O dinheiro angariado reverte, consoante a proporção decidida pelas organizações que participam, para o programa “Barreiras Invisíveis”, que promove a integração social de crianças em ambientes de risco de exclusão social.

A Fair Saturday realiza-se no último sábado do mês de novembro, um dia depois da Black Friday, que, segundo o fundador da iniciativa, Jordi Albareda, é “um dos dias mais irracionais do ano”, que afecta sobretudo crianças e jovens, disse em entrevista ao jornal El País.

“Num mundo recentemente materialista, não vale a pena apoiar quem se preocupa com os outros?”, lê-se no ‘site’ da organização, que explica como se pode participar nos diversos eventos, que cruzam várias formas artísticas.

A Fundação Fair Saturday organiza, também, um concurso anual de textos de jovens entre os 8 e os 22 anos, com o objectivo de promover a discussão sobre diferentes problemas sociais. Enquanto a primeira edição teve como tema o ‘bullying’, este ano vão a concurso histórias sobre machismo.

A iniciativa ainda não chegou às cidades portuguesas, mas há vários eventos culturais a decorrer sábado, de norte a sul do país, com entrada livre ou preocupações sociais.

Em Lisboa, a vídeo-instalação “A Falta que Nos Move”, de Christiane Jatahy, Artista na Cidade 2018, vai ser apresentada no Teatro São Luiz, a partir das 17:30, até à madrugada de sábado, recordando as ausências provocadas pela ditadura militar brasileira (1964-1985), durante gerações. Na Galeria Underdogs, às 10 horas, a exposição de Teresa Esgaio, intitulada “Take a number”, também é de entrada gratuita.

Ainda na capital, a exposição “Fotografia, a minha viagem preferida”, de Helena Corrêa de Barros, acontece às 10 horas, no Arquivo Municipal de Lisboa. O Museu do Fado também abre portas, às 20h30, para uma exposição, concertos e projecções de ‘videomapping’ na fachada, no âmbito das comemorações dos seus 20 anos.

No Porto, poderá ser visitada gratuitamente a exposição “Aberturas: Tom Emerson em conversa com o Arquivo Álvaro Siza”, na biblioteca do Museu Serralves. Às 22:30, um concerto de tributo aos Rolling Stones tem entrada livre, na Fábrica Nortada.

A cidade de Coimbra tem iniciativas várias, de entrada livre, no Exploratório Centro de Ciência Viva, da “Micro Science Photo Gallery” à “Cabine do Livro Vadio”, no Museu Municipal ou na Casa Municipal da Cultura, como a exposição “Memorizar Coimbra”, patente até ao final do ano.

No Algarve, o Museu Municipal de Faro inaugura a exposição de fotografia “O Método Científico”, de Rodrigo Peixoto, às 18 horas, e o Centro Ciência Viva de Tavira proporciona uma visita gratuita à Estação Experimental de Moluscicultura de Tavira -- IPMA, às 10 horas.