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Trabalhar

Há quem continue a achar que os méritos dos últimos 4 anos, confirmados pela população em Outubro, foram um milagre da comunicação

A Madeira vive um período diferente da sua História política recente e não há como negá-lo: o que há 10 anos, em todas as eleições, parecia inevitável - a vitória inquestionável do PSD -, hoje tornou-se altamente improvável, devido à incapacidade da “Renovação” para resolver problemas que se acumularam ao longo de 4 décadas de governação ineficiente e que se agravaram ao fim de 2 anos de liderança inexistente.

2017 foi um ano politicamente muito intenso, motivado pelas eleições autárquicas, e 2018 não será mais calmo, motivado pelas eleições regionais do ano seguinte. É certo que 2019 terá mais que isso, com umas eleições europeias e nacionais que influenciarão o contexto regional, mas todas as atenções estarão centradas na eleição do próximo Presidente do Governo Regional, de quem se espera mais do que viver à sombra de um Vice-Presidente recrutado para substituí-lo em exercício oficiosamente.

É no meio deste contexto, que alimenta tanto ruído, que nos cabe continuar a governar nas autarquias, nomeadamente no Funchal. Governar da única forma possível: com muito, muito trabalho, por mais difícil que seja resistir à espuma política dos dias, alimentada por notícias com relatos diferentes das coisas que aconteceram e com balanços na imprensa de reuniões de câmara com conversas a que só os vereadores da oposição aparentemente assistiram. É assim que tem sido até aqui e assim se prevê que continue a ser, porque quem antecipa estar prestes a perder de novo tem dificuldades redobradas em definir limites.

Ainda que seja maioritariamente essa espuma dos dias a motivar notícias de jornais e trocas de argumentos nos redes sociais, é o trabalho tantas vezes silencioso de todos os dias que continuará a fazer a nossa vida mudar. Da segurança à economia, da educação aos apoios sociais, do desporto à cultura, tudo estará sob fogo político constante, “amigo” e inimigo, mas tudo continuará a fazer-se com a motivação de quem sabe estar, há pelo menos 4 anos, a fazer bem. A palavra de ordem é mesmo uma só: trabalhar, porque não há tempo para ser de outra forma.

Parece haver quem continue a achar que os méritos dos últimos 4 anos, confirmados pela população em Outubro, foram um milagre da comunicação, mas basta passar os olhos pela que temos hoje para compreendermos que apesar dela, não raras vezes contra ela, continuamos a governar melhor. Os funchalenses já o sabem, os madeirenses em geral também, e é isso que custa tanto a quem se habitou a viver com o inevitável desfecho de outros tempos e de outras eleições e ainda não aprendeu a viver neste tempo novo.

Os desafios que enfrentamos hoje, num contexto político crescentemente agressivo, tornam-se ainda maiores por isso mesmo - e é perante eles que importa garantir que continuaremos cá todos os dias, agora e sempre, a fazer o nosso trabalho e a dar o nosso melhor pela vida de todos. É isso que temos feito e é isso que vamos continuar a fazer.