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Governo português mantém motivos de preocupação com situação na Venezuela

FOTO LUSA
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O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo português mantém “motivos de preocupação” em relação à situação que se vive na Venezuela, embora registe “a boa notícia” da libertação dos portugueses e lusodescendentes que se encontravam presos.

A questão sobre a situação política na Venezuela foi levantada no debate quinzenal, na Assembleia da República, pela vice-presidente da bancada socialista Lara Martinho.

Questionado sobre a situação na Venezuela, o primeiro-ministro declarou que, “infelizmente, suscita motivos de preocupação” ao Governo português.

“Há contudo a boa notícia de hoje da libertação da totalidade dos portugueses que tinham sido recentemente encarcerados no âmbito das acções policiais por parte das autoridades venezuelanas”, disse.

Numa alusão ao diálogo diplomático recentemente travado com as autoridades de Caracas, o líder do executivo afirmou que, ao longo da última semana, após a detenção dos portugueses, houve um contacto permanente e directo com o embaixador [venezuelano] em Lisboa, com o vice-ministro e com o ministro das Relações Externas”.

“Graças ao conjunto destas iniciativas foi possível obter esta libertação”, frisou.

Em termos de curto prazo, António Costa referiu em seguida que o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, visitará a Venezuela no próximo dia 06 de outubro “pela quinta vez”.

“Temos uma acção de reforço do pessoal consular e iniciámos um roteiro que permite a visita por funcionários consulares e da Segurança Social a todos os 23 Estados da Venezuela para avaliar a situação dos portugueses”, completou.

António Costa falou ainda na política “de solidariedade” em relação aos cidadãos provenientes da Venezuela que têm chegado à Madeira.

“O Orçamento do Estado prevê uma linha de 4,2 milhões de euros para apoio a famílias carenciadas. Segundo os dados até Julho, já foi possível mobilizar 2,2 milhões de euros. Ou seja, estão ainda disponíveis dois milhões de euros”, apontou.

Neste período do debate, o primeiro-ministro falou num “viragem de página” nas relações com Angola e renovou a ideia de que o tema central da presidência portuguesa da União Europeia, em 2021, será o das relações com África.

António Costa ouviu ainda a deputada socialista Jamila Madeira citar recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo os quais o crescimento de Portugal em 2016 foi de 1,9%.

“Provou-se que Portugal cresceu mais em 2016 do que em 2015”, declarou Jamila Madeira, numa alusão crítica ao último ano do executivo PSD/CDS liderado por Pedro Passos Coelho.