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Quem é o professor mentiras?

Sr. Cafôfo, quando quiser encher uma página de jornal, por favor não repita o que os outros já disseram

Podem acusar o PSD-M de muita coisa, mas nunca de traição no que diz respeito à defesa dos interesses dos madeirenses em relação à República. Para quem não sabe, ao longo dos anos os vários deputados do PSD-Madeira foram alvo de processos disciplinares pelo partido, que tiveram, entre outras consequências, a perda de lugares de destaque no PSD nacional, isto porque puseram a disciplina partidária de lado e votaram contra o sentido de voto do PSD nacional para defenderem interesses dos madeirenses. Nunca o PSD-M se “baixou” a Lisboa e isso todos temos de admitir. Como temos de assumir que, se não fosse o Dr. Alberto João a “falar grosso” com Lisboa, nunca teríamos alcançado o que tivemos, e basta olhar para esse país, basta olhar para os Açores e comparar o nosso desenvolvimento. Tudo isto para dizer que, em matéria de ”vender” a alma, o PS-M tem sido pródigo ao longo dos anos com as posições que toma. Basta ver a votação dos deputados do PS-Madeira na Assembleia da República sem ter tido qualquer tipo de consequências por parte do partido ao nível da Região, a propósito de uma proposta aprovada por unanimidade na ALRAM sobre a mobilidade (inclusivamente o PS-M) ou ler a entrevista do sr. Cafôfo a propósito dessa matéria, onde claramente só diz, efetivamente, banalidades ou limita-se a repetir o que inclusivamente o PSD já disse ou fez. Quem lê o título de tal entrevista e olha a fotografia de Cafôfo a ocupar grande parte da página, pensa que muita coisa de importante foi dita, mas, quando se lê atentamente o resto, sentimos uma grande desilusão. Aliás, desilusão com Cafôfo tem sido a palavra de ordem: o drama do Monte, onde se aguardam as responsabilidades do executivo; caos no trânsito/estacionamento no Funchal; as esplanadas da zona velha; abate de árvores num verdadeiro crime ambiental; novela da Ponte Nova, que dura há um ano, onde afinal o projeto da Câmara é praticamente igual ao do governo e que tem levado ao desespero comerciantes e moradores; cedência a lobies económicos, como foi acusado relativamente ao grupo Savoy (AFA); silêncio total sobre o facto de o governo da República não ter apoiado, com o que foi prometido, as vítimas e a reconstrução dos incêndios (sabe que a maior parte das pessoas que sofreu com os incêndios, foram os funchalenses, não sabe sr. Cafôfo? Onde está o seu murro na mesa a defender os seus munícipes?), promessa de cumprimento de mandato na Câmara do Funchal e afinal dá o dito por não dito e é candidato ao governo; claro “abaixamento” ao poder central de Lisboa; promessas de resolver isto e aquilo e nada acontece, “murros na mesa” de consequências nulas, passeatas aqui e ali a fazer campanha e a agir como se fosse o presidente do Governo, em vez de governar e trabalhar em prol do Funchal... bem... podia passar o resto do artigo nisto. E é por isso e por isto, e por tudo aquilo que sempre foi, que não posso, em consciência, em tempo algum, votar no partido socialista, por muito triste que esteja com o meu partido (ao nível partidário). E devo ir mais longe, partido que trai a Madeira nem devia fazer parte da equação nas opções de voto dos madeirenses e, desculpem, mas esta é a verdade, o PS-M ao longo dos anos tem em muitas situações traído os madeirenses. Não se enganem, o maior desafio dos próximos anos é não deixar cair a nossa autonomia, lutar pelos direitos dos madeirenses, gritar bem alto que não somos portugueses de 2.ª, que não abdicamos do que é nosso por direito. Não... não negociamos direitos, sr. Cafôfo, não aceitamos que o governo nacional esteja sempre a “empapelar” quando reivindicamos medidas justas que nos aproximem do bem-estar dos restantes portugueses. Sr. Cafôfo, quando quiser encher uma página de jornal, por favor não repita o que os outros já disseram ou proponha o que já foi feito. A isso chama-se incompetência, impreparação, e até alguma futilidade. Se quer brilhar traga coisas realmente novas. Um sorriso e simpatia ajudam muito, mas não é suficiente para se ser um bom presidente e o povo não é parvo e já começa a ver o que está para além de umas larachas ditas. Diz-se e bem: podes enganar todos durante algum tempo; podes enganar alguns durante todo o tempo, mas nunca conseguirás enganar todos o tempo todo.

PS1 – E sobre partidos gostaria de dar uma nota sobre a festa do PSD-M do Chão da Lagoa: eu fui à festa do povo, do meu partido, para demonstrar que não apoio quem trai a Madeira. Aquela força humana foi para dizer NÃO ao PS-Madeira, não ao Cafôfo.

PS2 – Uma nota cultural: “ID REPENTE” é um grupo com repertório de cantares tradicionais, com sonoridades que vão surpreender. Na Madeira continuamos a ter motivos de orgulho por se fazerem coisas muito boas. Parabéns!