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Turismo no Zimbabué aumenta 15% desde saída de Robert Mugabe

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O turismo no Zimbabué aumentou 15% desde a saída do antigo Presidente, Robert Mugabe, que liderou o país durante 37 anos.

De acordo com dados oficiais, o número de turistas a visitar o país aumentou para 554.417 no primeiro trimestre do ano.

Nos primeiros três meses do ano, o número de estrangeiros a visitar as Cataratas de Victoria, uma das principais atrações turísticas do país, aumentou 48% em relação ao período homólogo de 2017.

O aumento do interesse foi recebido com alívio pelos responsáveis por safaris e cruzeiros, negócios atingidos pela crise económica e pelo frequente clima de violência política que marcaram a era de Mugabe.

“Estivemos isolados durante muito tempo, mas voltámos a ser nós mesmos”, disse a ministra do Turismo, Prisca Mupfumira, em entrevista à agência noticiosa francesa AFP.

Durante anos, os turistas estiveram afastados do Zimbabué, receando o regime repressivo, a corrupção nas forças policiais, fracas infraestruturas e escassez de combustíveis, mas as perspetivas para o futuro parecem ter mudado após o afastamento de Robert Mugabe em novembro de 2017.

“Há boas perspetivas na indústria do turismo”, disse Prisca Mupfumira, nas vésperas das eleições de 30 de julho, acrescentando que o turismo “é uma pedra basilar” da economia do Zimbabué.

As autoridades contam com um renascimento do setor turístico, que contribui para 10% do PIB do país, mas as previsões são complicadas de atingir.

“O Zimbabué não é um destino barato. Tudo aumentou de preço nos últimos meses devido à incerteza que se vive no país”, apontou o gerente de um restaurante nas Cataratas de Victoria, Ilan Wiesenbacher, à AFP, salientando que, ainda assim, “o número de visitantes tem aumentado constantemente”.

Lloyd Machaka, proprietário de uma empresa de viagens de helicóptero, não escondeu a ambição com as expectativas positivas.

“Se tudo correr bem, vamos ter mais investidores, maiores hotéis e melhores ligações aéreas”, disse.

Para atrair mais turistas, o Governo decidiu facilitar a entrada no país, sendo agora possível pedir visto já em território zimbabuano.

Os bloqueios de estradas por parte da polícia, em que os motoristas eram forçados a pagar subornos ou a sujeitar-se a longos interrogatórios, também foram cancelados.

“Esses bloqueios de estradas eram um desastre, um verdadeiro problema”, acrescentou a ministra do Turismo.

As autoridades lançaram uma campanha para “assegurar ao mundo que o Zimbabué está de portas abertas” e que “é um destino turístico seguro”, disse Mupfumira.

O Zimbabué realiza eleições presidenciais, legislativas e locais de 30 de julho, na sequência de um golpe militar que forçou a União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF) a destituir Robert Mugabe da sua liderança e a nomear o vice-presidente Emmerson Mnangagwa, que assumiu funções como chefe de Estado em 24 de novembro de 2017.