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Mais de 650 detidos na Turquia em manifestações de protesto contra guerra em Afrin

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A polícia turca deteve 666 manifestantes que protestaram contra a ofensiva militar da Turquia no enclave de Afrin, no noroeste da vizinha Síria, iniciada a 20 de janeiro último, indicou hoje o Ministério do Interior local.

Num comunicado, é referido que o Ministério Público acusa os detidos de “propaganda terrorista” nas redes sociais ou por protestos nas ruas e relaciona as iniciativas com a milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG), combatida pelo exército turco em Afrin.

O Governo turco proibiu todos os protestos públicos contra a operação militar “Ramo de Oliveira”, dirigida contra a milícia curda.

Diversos ativistas dos direitos humanos afirmaram que, na atual situação, “dizer simplesmente que alguém prefere a paz em detrimento da guerra é considerado um delito” na Turquia.

Ancara tem insistido que a população turca “apoia 100%” a operação militar.

O terceiro partido no parlamento turco, o HDP, de esquerda e pró-curdo, afirmou-se “claramente contra” a operação, enquanto pelo menos 173 escritores, artistas e intelectuais assinaram uma carta aberta a protestar contra a invasão de Afrin.

O exército turco tem afirmado que, desde o início da ofensiva, neutralizou (abatendo, ferindo ou capturando) 1.369 milicianos das YPG.

Por seu lado, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos fala em 152 combatentes do YPG mortos, a que se acrescentam pelo menos 74 civis e 25 elementos do exército turco.