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Mais de 30 migrantes mortos e 200 sobreviventes ao largo da Líbia

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Um naufrágio de duas embarcações ao largo da costa da Líbia provocou hoje a morte de mais de 30 migrantes, enquanto outros 2000 foram socorridos por equipas de salvamento, anunciaram as autoridades líbias.

A guarda costeira líbia efetuou duas operações de resgate ao largo de Garaboulli (60 quilómetros a leste de Tripoli), declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) o coronel Abu Ajila Abdelbarri, responsável por aquela força em Tripoli.

“Ao chegarmos ao local, descobrimos um primeiro barco pneumático que se tinha virado e com diversas pessoas a segurarem-se a uma parte da embarcação”, precisou.

“Conseguimos salvar 60 pessoas e recuperar 31 corpos na água”, disse o coronel.

Em torno da segunda embarcação havia “140 sobreviventes”, acrescentou, sem precisar se havia pessoas desaparecidas.

“As condições climatéricas destes dias parecem propícias para o envio de migrantes em direcção às costas europeias a bordo de embarcações muitas vezes vetustas” e que dificilmente conseguem alcançar o seu destino, assinalou o mesmo responsável.

Segundo Nasser al-Gammoudi, comandante da vedeta “Sabratha” da guarda costeira líbia, “75% da primeira embarcação estava submerso”.

Os sobreviventes foram levados para uma base naval em Tripoli, onde as autoridades forneceram água, alimentos e assistência médica.

A Organização Não-Governamental (ONG) francesa ‘SOS Méditerranée’ anunciou mais tarde que recolheu nas águas internacionais, também ao largo das costas líbias, mais de 400 pessoas a bordo de um barco de madeira muito danificado.

Em paralelo, efectivos da guarda costeira italiana referiram que 1.500 pessoas foram salvas na quinta e na sexta-feira.

Os migrantes interceptados ou salvos pela guarda costeira líbia são geralmente detidos em centros para serem repatriados, mas a espera é por vezes longa e decorre em condições deploráveis.

Os naufrágios de hoje ocorrem alguns dias após a difusão pela cadeia televisiva norte-americana CNN de um documentário que demonstrava a existência de venda de escravos, migrantes, perto de Tripoli, e que provocou uma vaga de indignação.

As chegadas de migrantes à Europa a partir da Líbia registaram uma forte baixa no decurso do terceiro trimestre de 2017, referiu um relatório difundido na quinta-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Desta forma, o número de pessoas que atravessaram o Mediterrâneo a partir da Líbia para alcançar a Itália caiu entre julho e setembro, de 11.500 para 6.300, registando-se um total de 21.700 no conjunto do trimestre.