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Israel proíbe entrada de organizações que apelam ao boicote

FOTO Reuters
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Israel publicou hoje uma lista de organizações que apelam publicamente ao boicote ao Estado judeu, proibindo os seus apoiantes de entrarem em território nacional.

A lista, divulgada pelo Governo israelita, inclui duas dezenas de organizações, metade das quais europeias, como os ramos francês e italiano do movimento da sociedade civil palestiniana Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS), a britânica Campanha de Solidariedade com a Palestina ou a Associação de Solidariedade França-Palestina, e o americano Vozes Judaicas pela Paz, com mais de 13 mil membros.

“A publicação desta lista é um passo suplementar na luta contra as tentativas de deslegitimar Israel e de destruir Israel como um Estado judaico”, justifica, num comunicado oficial, citado pela agência francesa AFP, o ministro da Segurança Pública e dos Assuntos Estratégicos, Guilad Erdan.

“Nenhum país deixaria entrar no seu território pessoas que lhe querem causar dano”, frisou, detalhando que as organizações listadas realizam uma campanha “consistente e contínua” de “mentiras” contra Israel.

Citado pelo jornal The Jerusalem Post, o ministro indicou que o Governo mudou “da defesa para a ofensiva”.

“Não será concedido qualquer visto ou autorização de entrada a alguém que, não sendo cidadão israelita nem residente permanente, pertença a uma organização ou instituição que tenha feito apelo público ao boicote contra o Estado de Israel”, precisou.

Segundo o jornal americano The Washinton Post, ainda não é claro como a lista será aplicada na prática, mas estima-se que a medida possa afetar milhares de pessoas.

Em março, o parlamento israelita aprovou uma lei que proíbe a entrada em Israel dos apoiantes do movimento BDS, que acusa de antissemitismo.

O BDS, que nega a acusação, tem apelado ao boicote económico, cultural e científico de Israel até que este ponha fim à ocupação dos territórios palestinianos.