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Governo venezuelano aumenta valor da cotação de moeda estrangeira

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O Banco Central da Venezuela (BCV) aumentou o valor da cotação para as remessas que os venezuelanos recebem desde o estrangeiro de 2,9 milhões para 4,001 milhões de bolívares para cada dólar americano.

Na prática, o aumento do valor pago pelas remessas recebidas representa uma desvalorização de 27,6% do bolívar, a moeda venezuelana.

Devido a este aumento, uma das três casas de câmbio autorizadas a trocar divisas actualizou imediatamente a cotação, esperando-se que as outras duas, a Western Union e a Moneygram, também o façam, segundo as autoridades.

Na Venezuela vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira, situação que obriga os venezuelanos a recorrrem às autoridades para obterem autorização para aceder a divisas, um processo que nem sempre é satisfatório.

Em alternativa, alguns venezuelanos optam por acudir ao mercado negro, onde no dia de hoje a moeda norte-americana tinha uma cotação de 4,31 milhões de bolívares e o euro 4,91 milhões de bolívares.

A actualização do valor de câmbio para as remessas tem lugar depois de o Governo venezuelano derrogar, recentemente, a Lei de Ilícitos Cambiais, passando a permitir a venda de moeda estrangeira sem penalizações, inclusive entre particulares.

No entanto, continua a haver restrições para aceder a divisas e as remessas desde o estrangeiro têm que passar legalmente pelo Banco Central da Venezuela, à taxa de câmbio afixada pelo executivo.

A crise venezuelana tem feito aumentar as remessas do estrangeiro, principalmente entre familiares, que tentam dessa forma ajudar aqueles que residem no país.