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Duas dezenas de lusodescendentes da Venezuela receberam título de defensores dos direitos humanos

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Mais de 140 profissionais, entre eles duas dezenas de lusodescendentes, receberam o título de defensores dos direitos humanos, do Instituto Superior Universitário de Teologia da América Latina (Insut), disse hoje à agência Lusa fonte daquele instituto.

A entrega do título teve lugar num evento na Faculdade de Ciências da Universidade Central da Venezuela (UCV) e a maioria dos lusodescendentes pertencem à Fundação Luso-venezuelana Cerro Bolívar (FCB), que agora “têm a missão de atender e prestar assessoria a portugueses carenciados” em zonas do estado venezuelano de Bolívar, no sudeste do país.

“Trata-se de um evento sem precedentes e muitos destes profissionais exercem atualmente como médicos, advogados, engenheiros e professores, que a partir de agora vão liderar Organizações-Não Governamentais de defesa dos Direitos Humanos, no país”, explicou o presidente da FCB à agência Lusa.

Luís Augusto dos Santos explicou que a FCB “tem feito um trabalho humanitário no estado de Bolívar, atendendo pessoas com carências, doentes ou idosos”.

“Agora também estamos a apoiar a Embaixada de Portugal (em Caracas) fazendo chegar medicamentos aos presos políticos, portugueses e lusodescendentes, em várias cadeias do país”, frisou.

“Estamos a tentar há 30 anos informar, educar e reeducar a sociedade, fazendo com que os venezuelanos saibam que têm direitos, virtudes, compromissos e deveres. Também que é preciso o compromisso de todos para mudar a sociedade”, disse Yessica Rojas, do Insut.

Por outro lado, a responsável considerou que na Venezuela os direitos humanos “são um tema bastante complexo” devido à crise política, económica e social “que é real e afecta muitos aspectos da sociedade”.

“A população tem tido que sair do país, por obrigação e não por planificação. Todos, tanto dentro do país como no estrangeiro, estamos a lutar (...) um dia verei regressar os meus companheiros. Conheço muitos que (no estrangeiro) choram lágrimas de saudade do seu país. Também muitos que, a partir do estrangeiro, trabalham por esta nação. Continuamos a ser o mesmo país e não nos rendemos nunca”, concluiu.