Mundo

Chefe da Guarda nacional russa desafia para duelo o opositor Alexei Navalny

O comandante da Guarda nacional russa, Viktor Zolotov, desafiou hoje para um duelo o opositor ao Kremlin Alexei Navalny, que o acusou de corrupção, e ameaçou “desfazê-lo”, num vídeo publicado na Internet.

Envergando o seu uniforme, o general Zolotov condenou com veemência durante sete minutos o opositor número um do Kremlin, insultando-o e ameaçando-o, num vídeo divulgado na conta YouTube da Guarda nacional russa.

“Vós, senhor Navalny, nunca prestastes contas (...) Nunca ninguém vos deu um bom pontapé no cú. Ides senti-lo no estômago”, declarou Viktor Zolotov, antigo chefe dos serviços de segurança dependentes de Vladimir Putin.

“Na minha perspetiva, emitistes reflexões ofensivas e caluniosas. No mundo militar, não perdoamos isso facilmente”, prosseguiu, acrescentando que durante séculos as pessoas ofendidas se batiam em duelo.

“Ninguém nos impede de regressar, pelo menos em parte, a essas boas tradições”, afirmou.

“Desafio-vos para um duelo: no ringue, num tapete, onde entenderdes. E prometo desfazer-vos em poucos minutos”, acrescentou ainda o general Zolotov, que acusa Alexei Navalny de ser um “corrupto” agente norte-americano.

No final de agosto, Navalny publicou no YouTube um vídeo, visionado por dois milhões de pessoas, no qual se dirigia aos soldados da polícia e da Guarda nacional, assegurando: “Batemo-nos pelos vossos interesses (...) e defendemos-vos face ao poder e ao vosso corrupto comandante”.

No vídeo, Navalny acusava Viktor Zolotov de ter enriquecido ao sobrefaturar a compra de produtos alimentares, assegurando que é “muito rico” e que a sua família possui diversas e luxuosas propriedades.

Zolotov assumiu a chefia da Guarda nacional em 2016, na sequência de uma reorganização das forças do ministério do interior. A Guarda nacional é responsável pelo combate ao terrorismo e ao crime organizado, mas também pela manutenção da ordem pública.

Interrogado pelos media, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, recusou comentar estas declarações, mas considerou que “por vezes, face às calúnias sem escrúpulos, é necessário responder da mesma forma”.