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Catalunha: Dúvidas entre partidos quase no fim de prazo para registo de coligações

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O prazo de registo de coligações eleitorais para as eleições regionais da Catalunha termina na terça-feira e subsistem dúvidas quanto aos possíveis acordos dos partidos independentistas para o sufrágio de 21 de dezembro.

Os contactos sucedem-se e todos os cenários são admitidos até ao final do prazo, 24:00 de terça-feira (23:00 em Lisboa), envolvendo a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), o primeiro partido na Catalunha, o Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCAT), de Carles Puigdemont, a Candidatura de Unidade Popular (CUP).

Porém, afigura-se difícil que a coligação Juntos pelo Sim (JxSí), formada pela ERC e o PDeCat para as eleições de 2015, venha a submeter-se ao voto, no ato eleitoral determinado por Madrid, depois de o Governo de Mariano Rajoy ter destituído o Governo e o parlamento regionais.

O PDeCAT, de Carles Puigdemont, admite ir a votos com uma lista unitária, encabeçada pelo destituído presidente do Governo da Catalunha, tanto mais que a ERC não quer repetir a coligação JxSí somente com a participação de PDeCAT.

Uma eventual coligação PDeCAT/ERC, com a participação de membros do Governo destituído, assim como os presidentes da ANC e Òmnium Cultural, Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, conta com a simpatia de entidades independentistas.

A CUP, que reuniu o conselho político no sábado, em França, apenas decidirá a 12 de novembro se concorre sozinho às eleições de 21 de dezembro.

No entanto, fontes independentistas revelaram à Efe a possibilidade de constituir-se uma “frente de esquerdas”, que englobe a ERC, a CUP e setores ligados ao Podem.

O Governo catalão, exonerado por Madrid, organizou um referendo de autodeterminação considerado ilegal pelo Estado espanhol, tendo o parlamento da Catalunha aprovado a independência da região em 27 de outubro último.

No mesmo dia, o executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, decidiu a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão.

Na quinta-feira passada, a Audiência Nacional (tribunal especial espanhol) decretou a prisão incondicional para oito ministros regionais demitidos que prestaram declarações nesse dia, entre eles o vice-presidente do Governo regional, Oriol Junqueras.

A justiça espanhola emitiu no dia seguinte mandados europeus de detenção aos membros do executivo regional que não se apresentaram para prestar declarações.

Também em Madrid, na quinta-feira, o Supremo Tribunal espanhol decidiu colocar seis deputados regionais, entre eles a presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial até à próxima quinta-feira, quando voltarem a ser ouvidos pelo tribunal.