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Activista dos direitos humanos condenado a cinco anos de prisão no Bahrein

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Um activista dos direitos humanos do Bahrein foi hoje sentenciado a cinco anos de prisão por ter, através do Twitter, denunciado e condenado a intervenção da coligação militar árabe no Iémen e casos de tortura numa prisão em Manamá.

Segundo duas organizações não-governamentais presentes do país, o tribunal de Manamá considerou que Nabil Rajab, também conhecido como uma das figuras das manifestações de 2011 desencadeadas pela “Primavera Árabe”, teve “má conduta”.

Rajab está já a cumprir uma pena de prisão de dois anos, decretada em Julho de 2017, por “propagação de rumores e de falsas notícias” em entrevistas a cadeias de televisão estrangeiras, em que criticou também o poder em Manamá.

O julgamento de Rajab tem sido criticado pela comunidade internacional, sobretudo pela ONU, União Europeia (UE) e Estados Unidos, com inúmeros apelos para a libertação do activista, cujo estado de saúde se deteriorou desde que foi detido pela primeira vez, em Junho de 2016.

Os familiares de Rajab denunciaram, entretanto, que as autoridades têm negado tratamento médico ao activista, que sofre de problemas cardíacos e com várias úlceras, e que o mantêm numa pequena cela.

A condenação de Rajab marca o mais recente capítulo da repressão sobre dissidentes no Bahrein, um reino numa pequena ilha ao largo da costa da Arábia Saudita e onde os Estados Unidos contam com a sede da sua 5.ª Esquadra Naval.

A manutenção da 5.ª Esquadra no Bahrein, para onde os norte-americanos destacaram 70 mil efectivos, tem sido alvo também de críticas internacionais aos Estados Unidos.

A administração de Donald Trump, aprovou recentemente uma venda milionária de aviões de caça F-16 ao Bahrein sem ter em conta as condições ligadas aos direitos humanos impostas durante a presidência de Barack Obama.

Na terça-feira, num encontro com a imprensa, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, descreveu Rajab como um “proeminente activista dos direitos humanos” e deu conta do “desapontamento” de alguns altos funcionários da Casa Branca pelas recentes condenações de outros activistas no Bahrein.

“Continuamos a manter conversações com o Governo do Bahrein sobre temas que muitos nos preocupam”, afirmou a porta-voz.