Roberto Almada, actual coordenador do Bloco de Esquerda da Madeira, apresentou esta tarde a moção da sua lista, que concorre à liderança do partido juntamente com Paulino Ascenção. O esquerdista, caso seja eleito, abriu a possibilidade de uma coligação à esquerda, para “afastar o PSD que nos desgraça há mais de 40 anos”.

Num discurso de pouco mais de 10 minutos, Roberto Almada assumiu que não vai atacar “o camarada da outra candidatura”, olhando para a convenção regional no próximo dia 5 de Março como o início de uma etapa em que os esquerdistas têm de “estar todos juntos para os combates que aí vêm”.

“O BE é um instrumento muito importante para levarmos a nossa mensagem, mas para trabalharmos no sentido de resolver os muitos problemas que as pessoas têm e de combatermos o regime de favorecimento aos grandes lobbys, o regime de favorecimento aos grandes empresários que tomaram conta da Região e ainda comem à mesa do orçamento, enquanto para as pessoas sobram as migalhas”, acusou Roberto Almada, continuando a visar o Governo Regional.

“A nossa moção propõe que o BE aprofunde o seu caminho, aprofunde a sua acção, construa um programa político para irmos de forma autónoma às eleições regionais de 2019, mas depois das eleições se houver a possibilidade de afastar o PSD que nos desgraça há mais de 40 anos, nós cá estaremos para negociar uma alternativa de governo, mas não passaremos cheques em branco a ninguém. Temos as nossas propostas e temos as nossas alternativas, e cá estaremos para construir, dialogar e negociar uma alternativa de governo à esquerda na nossa Região”, atirou o candidato, esclarecendo que “as propostas do Bloco terão de ser consideradas” e que “sem o BE não há alternativa de esquerda”.

Roberto Almada está na coordenação do BE-Madeira há cerca de 10 anos e assumiu que este “foi um caminho que nunca” percorreu “sozinho”. “Não há aqui sucessos e insucessos de uma pessoa. Há sucessos e insucessos de um colectivo”, atirou.

“Hoje temos os melhores resultados de sempre e o maior número de autarcas de sempre. Temos o maior número de deputados do BE de sempre e temos um deputado na Assembleia da República, coisa que nunca tivemos, e isso é naturalmente fruto de um trabalho colectivo, não descurando o contributo que cada um. Se há louros, há louros de todos nós”, proferiu Roberto Almada, esclarecendo que nesta candidatura não atira “responsabilidades para ninguém”.