Madeira

Quinta na Camacha renasce com agricultura biológica e turismo

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“Uma recuperação notável”. Foi desta forma que o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, classificou, esta manhã, a intervenção que o grupo ‘Sol Puro’ está a fazer na Quinta das Almas, no centro da Camacha. A propriedade, que esteve ao abandono durante quatro décadas, está agora a ser recuperada para produção de hortícolas e frutícolas em modo de agricultura biológica. O projecto envolve ainda a reabilitação da casa senhorial e reconversão em unidade turística, mas é uma componente que está atrasada devido aos condicionamento do PDM.

Esta manhã, o chefe do executivo e o secretário da Agricultura fizeram uma visita guiada pelo promotor aos trabalhos de limpeza de terrenos, construção de muros e caminhos para a nova exploração de agricultura biológica, que ocupará metade dos cerca de 100 mil metros quadrados da quinta que outrora pertenceu ao conselheiro Aires de Ornelas. É um investimento de 600 mil euros que conta com apoios comunitários através do Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira (PRODERAM).

Já estão 129 projectos de agricultura biológica e o número de novos projectos de explorações aprovados no âmbito do PRODERAM é de 343. São indicadores que agradam a Miguel Albuquerque: “Isto significa que neste momento temos todas as condições para reduzir a nossa dependência alimentar [relativamente ao exterior], designadamente através da produção de hortícolas e frutícolas”.

Albuquerque também elogiou a recuperação patrimonial da propriedade, que no futuro vai ter uma vocação turística no âmbito da marca ‘quintas da Madeira’. Mas a esse respeito, o administrador da ‘Sol Puro’, Américo Gonçalves, confessou não está a avançar ao ritmo que desejava e lamentou-se dos condicionamentos do Plano Director Municipal (PDM) de Santa Cruz: “Infelizmente há um problema com o PDM. Incompreensivelmente o projecto está parado porque dizem-me que junto ao logradouro da casa, onde estão perfeitamente visíveis construções, é zona de mato. Penso que se for ultrapassado esse problema – espero que seja, porque é uma questão de bom senso – ainda este ano as obras talvez arranquem. Se tivesse o licenciamento, antes do fim do ano iniciava a reconstrução daquela casa”.