Madeira

JPP quer explicações do Governo Regional sobre as “incoerências” sobre o gado na serra

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O Grupo Parlamentar do Juntos pelo Povo (JPP) requereu um debate potestativo subordinado ao tema ‘A silvopastorícia na Região Autónoma da Madeira’, de forma a perceber quais as reais intenções do presidente do Governo Regional sobre esta actividade.

O deputado Rafael Nunes lembrou que os pastores sempre defenderam o gado ordenado nas serras e levaram essa proposta à Assembleia Legislativa Regional, mas “infelizmente, foi reprovada, pela maioria PSD, o que só vem revelar a incoerência desta bancada, que apoia o Governo Regional e que sempre negligenciou os pastores e menosprezou esta actividade”, relevou o deputado que acusa Miguel Albuquerque de, a um ano das eleições, dizer que sempre apoiou o pastoreio e o gado nas serras e decide até apoiar financeiramente estes criadores de gado, que anteriormente menosprezou.

O JPP “não compreende esta incoerência” e por isso requereu o debate no Parlamento Regional para que o GR “se explique sobre os planos estratégicos, os enquadramentos legais previstos e de que forma serão dados estes apoios”. e acrescenta que querem compreender se estas propostas de Miguel Albuquerque “são promessas vãs, a um ano das eleições regionais”, certificando-se que estas promessas “serão cumpridas e não vão cair em esquecimento, como tem acontecido ao longo dos anos”.

A iniciativa do JPP realizou-se esta manhã, na freguesia da Camacha, no evento de homenagem ao mais antigo pastor da Madeira. “Deixamos o nosso devido reconhecimento ao senhor José Gouveia Laranja, bem como a todos os pastores e a estas tradições, que devem ser valorizadas, porque fazem parte da nossa história, da nossa identidade cultural e valorizam a nossa paisagem”, realçou Rafael Nunes, reforçando a necessidade de desmistificar a ideia de que os pastores estão contra a natureza.

Entende o JPP que se consegue uma simbiose perfeita para resolver alguns dos problemas da natureza, eliminando as plantas infestantes através do pastoreio e, assim, reduzindo a biomassa, que é um perigo em caso de incêndios. “É por isso que defendemos um gado devidamente circunscrito, com a devida rotatividade de terrenos, para evitar problemas de erosão dos solos, em áreas previamente identificadas e com o apoio dos serviços governamentais”, diz Rafael Nunes.