O representante da República, Ireneu Barreto, destacou, esta tarde, no encerramento do 12.º Congresso dos Professores, o “papel fundamental que os professores e educadores tiveram no desenvolvimento da Madeira nas últimas décadas”, a principal das quais foi a redução da taxa de analfabetismo – de superior a 30% em 1974 para os actuais 6%. No entanto, o juiz-conselheiro alertou que a Madeira enfrenta “as mesmas nuvens carregadas que ensombram o ensino e a profissão de professor um pouco por todas as paragens”.

Ireneu Barreto identificou três “nuvens” negras. A primeira é “a quebra demográfica que se tem imposto e adquire contornos preocupantes”. Inverter a situação será “um desafio para todos” mas caberá aos “governos proporcionar condições para que a estabilidade e a confiança permitam a renovação de gerações e a não estagnação”.

A segunda “nuvem” é a relação entre a escola, a família e a comunidade. “Entre pais omnipresentes e pais omniausentes, que papel é legítimo à sociedade esperar do professor”, questionou, para depois propor uma regeneração da escola, à qual devem ser atribuídos os meios para constituição de equipas multidisciplinares, turmas de dimensão ajustada e formação contínua, bem como a valorização da função do professor.

A terceira “nuvem” é formada pelos desafios tecnológicos na sociedade de informação, que impõe à escola soluções multidisciplinares em vez de um conjunto de disciplinas espartilhadas.