Arranhões duma Época
Arranharam-se três grandes gatos
E todos pelo mesmo queijo
Os pequenos vinham atrás
Com as migalhas ficaram fartos
O mais atrasado nada comeu
E vejam o que lhe aconteceu
Por ser o último dos gatos
O machado cortou a madeira
Vem o outro, faz-lhe o caixão
Uma obra nacional
P’ra acabar a pasmaceira
Deus fez-lhe o funeral
E graças ao seu coveiro
Virando a tabela ao contrário
Ainda fica em primeiro
E do outro lado do mar
Jesus quis acabar
Com a praga dos lagartos
Mas deixou-os a rastejar
Atolados entre os charcos
E os de lá d’riba, p’lo poleiro
Ainda choram em pranto
Não conseguiram o primeiro
Nem por obra do espírito santo
Assim rezam as profecias
Para os momentos de glória
Acreditar no Messias
É acreditar em Vitória
José Miguel Alves