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José Pedro Gomes e José Raposo voltam a contracenar em palco ao fim de 27 anos

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Vinte sete anos depois de terem trabalhado juntos, José Pedro Gomes e José Raposo voltam ao palco para contracenar em “Ñaque”, a peça que se estreia na quinta-feira, no teatro Villaret, em Lisboa.

Nesta peça do dramaturgo espanhol José Sanchis Sinisterra, em que se reflecte sobre o teatro, José Raposo e José Pedro Gomes são Rios e Solano, respetivamente, dois actores errantes que trabalham juntos e que mantêm a esperança de continuarem a ser criadores de sonhos.

Num palco onde o cenário é constituído por uma escada com estrutura de madeira e metal, uma árvore estilizada em metal e duas estacas metálicas, que se tornam num estendal, os diálogos dos dois actores vão deambulando sobre o teatro, sobre a carreira paralela que fizeram, ao mesmo tempo que vão discorrendo sobre a própria existência.

Cansados de se aturarem, de trabalharem um com o outro, vão também discutindo sobre o tempo de se retirarem, acabando este tema por surgir como uma parábola sobre quando deve um ator retirar-se dos palcos.

Mal entram em cena, Solano, munido da sua bicicleta, e Rios, com o seu cavalinho de madeira, percebe-se que os dois actores vão também fazer uma análise sobre a sua própria vida, acabando por mostrar que têm desejos e problemas comuns a todas as pessoas.

A iniciativa de juntar José Pedro Gomes e José Raposo partiu da Força de Produção -- que também escolheu o texto da peça --, acabando por dar corpo a uma vontade expressa por ambos os actores, já há alguns anos.

A peça tem encenação de Marco Medeiros, da Palco 13, um jovem de 32 anos que não receou a diferença de gerações, em relação aos protagonistas, e que confessou à imprensa ver esta experiência de trabalho como um “um processo maravilhoso”.

Embora conhecesse José Raposo do meio televisivo, e de já se ter cruzado com José Pedro Gomes, sem ser no teatro, Marco Medeiros não tinha como recusar o convite da produtora.

“Era quase uma loucura dizer que não a este desafio”, que se tornou “uma experiência única”, disse.

“Conhecia José Raposo do meio televisivo, também já me tinha cruzado com José Pedro, mas muito pouco. Em teatro foi a primeira vez, e é quase uma loucura dizer que não a este desafio. Por isso mesmo revelou-se uma experiência única”.