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Mais de mil pessoas no “último adeus” ao arcebispo emérito D. Maurílio de Gouveia

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Mais de mil pessoas participaram hoje no “último adeus” ao arcebispo emérito de Évora Maurílio de Gouveia, na missa exequial realizada na Sé Catedral da cidade alentejana, onde foi lida uma mensagem do Papa Francisco.

A missa, presidida pelo atual arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, começou às 15:00 e quase encheu a basílica metropolitana, com a presença de familiares de Maurílio de Gouveia, falecido na terça-feira, e de membros do clero, de representantes de entidades civis e militares e de muitos populares.

O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, o núncio apostólico em Portugal, Rino Passigato, o arcebispo Francisco Senra Coelho, bispos de várias dioceses do país, cónegos, padres e seminaristas integraram o cortejo inicial com que começaram as exéquias.

A mensagem do Papa, assinada pelo seu secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, e lida por Rino Passigato, endereçou à Arquidiocese de Évora as condolências de Francisco e “uma consoladora bênção apostólica”.

Na homília, o arcebispo de Évora resumiu o percurso de Maurílio de Gouveia e a sua intervenção na arquidiocese, destacando o seu “empenho pastoral” e “trabalho de proximidade com as comunidades católicas locais”.

“Sentimos que a tristeza de o ver partir nunca nos fará esquecer a alegria de o ter tido”, afirmou, referindo que o arcebispo emérito, “adverso ao fútil e ao banal”, sempre teve como “uma das atitudes mais vincadas” do seu ministério a capacidade de “refletir com a Igreja e procurar ler os sinais dos tempos”.

Aos jornalistas, antes da missa, o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, já tinha afirmado ser um admirador de Maurílio de Gouveia “pela sua simpatia, simplicidade” e “entrega à missão”, considerando-o “um bispo próximo, como agora gosta de dizer o Papa Francisco, um pastor com cheiro a ovelha”, que percorreu toda a arquidiocese.

No final da missa, que durou cerca de duas horas, a urna com os restos mortais foi transportada por cónegos para o carro funerário que, acompanhado a pé pelo cortejo, formado por elementos do clero e por populares, se dirigiu à Igreja do Espírito Santo.

Um outro carro funerário transportou as coroas de flores que estiveram depositadas junto da urna em câmara ardente na Sé Catedral, uma delas, a maior, enviada por Marcelo Rebelo de Sousa, com a mensagem: “Sentida homenagem do Presidente da República”.

Pelas ruas do centro histórico de Évora, muitos turistas, de telemóvel ou máquina fotográfica em punho, interromperam os seus percursos para tirarem fotografias, à passagem do cortejo fúnebre.

Cerca das 17:25, a urna, carregada por diáconos, foi levada para o interior da Igreja do Espírito Santo, onde Maurílio de Gouveia fica tumulado numa das capelas laterais, no Panteão dos Arcebispos.

Nascido a 05 de agosto de 1932 no Funchal (Madeira), para onde regressou depois da posse do seu sucessor em Évora, Maurílio Jorge Quintal de Gouveia foi ordenado sacerdote em 1955, passando a liderar, 26 anos depois, a arquidiocese de Évora.

Foi arcebispo de Évora durante quase 27 anos, entre setembro de 1981 e fevereiro de 2008, tendo falecido esta terça-feira, na Madeira, aos 86 anos, vítima de doença prolongada.