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Fora da Caixa

É assim que nos encontramos, fora de quase tudo aquilo que durante anos se passou na Caixa Geral de Depósitos, a exemplo de outros casos ruinosos na Banca portuguesa.

O relatório agora divulgado sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos, entre os anos de 2000 e 2015, revelou que o banco público perdeu milhares de milhões de euros, em créditos sem garantias que agora sob suspeita serão investigados.

O atual presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos – cuja gestão não se encontra naquele período - é o primeiro a reconhecer que “(...) de certeza que haverá más práticas, designadamente quando as vemos à luz de hoje, e haverá também erros”.

É bom lembrar que recentemente o Estado injetou, nós contribuintes portanto, mas de 4 mil milhões de euros na recapitalização da Caixa.

A seu tempo a gestão dos anos passados na Caixa será avaliada e o que houver para apurar o será, mas do que sabemos, dois factos essenciais por agora ressaltam:

O primeiro; fica provado uma vez mais que não foi, no essencial, porque os portugueses tivessem vivido acima das suas possibilidades que o país teve de pedir ajuda externa. Uma ajuda externa que nos custou a todos, contribuintes, muito esforço sob eufemismos como “sobretaxa de IRS”, entre outros. Uma relevante parte do resgate que tivemos de pagar serviu para o Estado salvar a Banca e o sistema financeiro.

O segundo; o Banco de Portugal, que de visão sobre este assunto pelo que se vê uma vez mais tinha pouca e de “supervisão”, conforme lhe encarrega a lei, tinha à época quase nenhuma.

Por último, este texto não é sobre a Banca em particular ou sobre a política nacional em geral. É sobre Justiça, os nossos impostos e, no limite, sobre as nossas vidas.