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Roménia reconhece Guaidó como Presidente interino

FOTO Reuters
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O Presidente da Roménia, Klaus Iohannis, cujo país preside este semestre ao Conselho da União Europeia (UE), reconheceu hoje Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

“Klaus Iohannis, como responsável pelas decisões de política externa da Roménia (...), decidiu reconhecer Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela”, indica um comunicado do chefe de Estado romeno.

Segundo a nota, a decisão foi tomada após uma “cuidadosa” consideração da situação, tanto legal como política e diplomática, na qual foi tido em conta que a maioria dos Estados da União Europeia (UE) já deram esse passo, bem como outros “importantes aliados na região euro-atlântica”, numa alusão aos EUA e ao Canadá.

O Presidente recorda que a Roménia ocupa este semestre a Presidência do Conselho da UE, o que obriga a adoptar “respostas rápidas, bem fundadas e firmes” em política externa.

A Roménia junta-se assim aos mais de 20 Estados-membros da UE, incluindo Portugal, que já reconheceram Guaidó como Presidente interino da Venezuela para convocar a realizar de eleições presidenciais livres e justas.

A UE promoveu ainda, juntamente com o Uruguai, uma reunião, na quinta-feira em Montevidéu, do Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela, que apelou à realização de “eleições presidenciais livres”, segundo a declaração divulgada no final dos trabalhos.

o grupo decidiu ainda enviar representantes para se reunirem com ambas as partes na Venezuela, reconhecendo que a crise humanitária “se está a aprofundar”.

Participaram nesta primeira reunião do GCI a União Europeia (UE), que esteve representada pela chefe da diplomacia europeia, a italiana Federica Mogherini, e por oito Estados-membros do bloco comunitário (Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Suécia).

Do lado da América Latina, estiveram presentes a Bolívia, Costa Rica, Equador, México e Uruguai.

Portugal foi representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

A tensão política na Venezuela agravou-se no passado dia 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino da Venezuela e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Após a sua autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.

Desde então, Juan Guaidó tem vindo a ganhar o reconhecimento de vários países, nomeadamente de Portugal.

A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou cerca de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).