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Presidente da Bolsa de Valores de Moçambique pede “maior vigor” no ataque à pobreza

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O presidente da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, defendeu hoje, em Maputo, que o país deve “atacar com maior vigor” o problema da pobreza, apelando à diversificação económica.

“Há alternativas e um grande espaço para a melhoria e diversificação económica, para criar empregos, reduzir desigualdades sociais e atacar com mais vigor a questão da pobreza”, referiu, à margem da sessão de lançamento do seu livro, “Economia Moçambicana numa Encruzilhada?”.

“O país tem tudo para dar certo. [No livro] não chego a uma conclusão sobre se Moçambique está numa encruzilhada ou não: acredito que não está num beco sem saída”, destacou, acrescentando que “o Estado, o Governo, é um dos atores importantes do desenvolvimento económico, mas não é o único”.

O livro, hoje apresentado, dirige-se também aos empresários e empreendedores, que “são o motor do desenvolvimento económico” e terão de “enfrentar a turbulência que estamos a passar”.

Moçambique passa por um período de abrandamento económico, mas tem um impulso à vista com o início da exploração de gás natural no norte do país, a partir de 2022.

Os recursos naturais “são importantes para o desenvolvimento, porque vão permitir ter, a breve trecho, muitos recursos financeiros [no país], mas podem não ser a solução para a pobreza”, referiu Salim Vala.

Estima-se que 46% dos 28,8 milhões de habitantes de Moçambique estejam em situação de pobreza, de acordo com os indicadores do Banco Mundial e Governo moçambicano, que levam em linha de conta o acesso a alimentação e outros bens essenciais.

Para estes, “é necessário trabalhar para a transformação estrutural da economia. Temos de dar instrumentos aos empreendedores, jovens e mulheres”, realçou.

Numa intervenção com várias referências às suas origens no meio rural - em Chókwè, área de arrozais do sul de Moçambique -, no dia em completou 50 anos, Valá disse que não basta “só olhar para aquilo que acontece de grande dimensão”, numa alusão à exploração de gás, mas é preciso “olhar para baixo, para as famílias”.

“São cerca de quatro milhões de famílias camponesas que se dedicam à agricultura de baixo rendimento”, disse, apontando que acredita que “é possível incrementar” a sua qualidade de vida.

Nota que “já há mudanças, mas é preciso andar mais rápido”.

“Estamos a competir com todo o mundo”, concluiu.

O sexto livro de Salim Valá, lançado hoje em Maputo, com 283 páginas, é uma obra da Escolar Editora.