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Jornalistas com mais riscos durante visita de missão da ONU à Venezuela

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O Instituto de Imprensa e Sociedade da Venezuela (IPYS) disse hoje que aumentaram os riscos para os profissionais da comunicação social na cobertura jornalística durante a visita ao país de uma missão dos direitos humanos das Nações Unidas.

“A visita à Venezuela da equipa técnica do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas coincidiu com reiterados atos de violência contra jornalistas e meios de comunicação. Isso ficou evidenciado em registos do IPYS Venezuela que mostram o aumento no risco da cobertura jornalística”, refere um comunicado.

Segundo o IPYS, durante “os primeiros 18 dias de março, registaram-se 50 casos de ataques contra jornalistas” e foram “dirigidas mensagens graves e falsas acusações contra os jornalistas, nas plataformas digitais e imprensa pública”.

“Lara [Estado venezuelano] destacou-se pela onda de ataques contra jornalistas e meios de comunicação, em várias coberturas, durante a visita de representantes das Nações Unidas”, adianta o comunicado.

“Estes incidentes ocorreram em desconhecimento das oito recomendações que o Estado venezuelano aceitou, orientadas a evitar agressões e ataques contra jornalistas, e a aumentar as medidas de segurança e de proteção, nas que coincidem oito países: Chile, Brasil, Áustria, Estónia, França, Nova Zelândia, Portugal e Holanda”, explica.

De acordo com o IPYS, “aumentaram os riscos, para a imprensa nacional e estrangeira” em comparação com 2018, quando no primeiro trimestre desse ano foram registados 53 ataques a jornalistas, sendo que “nos primeiros 76 dias de 2019” foram documentados “178 registos de violação à liberdade de expressão”.

“Sete de cada dez ocorrências que ocorreram nas primeiras duas semanas de março envolveram agressões na rua, ataques e atos de intimidação contra jornalistas e meios de comunicação. Também houve detenções arbitrárias, medidas de censura e restrições no acesso a informação pública”, esclarece o instituto.

Segundo o IYPS, “manteve-se o padrão de abuso de poder, com a participação direta de funcionários públicos e instituições estatais, em mais da metade dos casos registados, em dez Estados do país”.

Uma missão de cinco técnicos do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos terminou hoje uma visita de trabalho de dez dias à Venezuela, com o propósito de avaliar uma possível visita da Alta Comissária, Michelle Bachelet, ao país.