A comunidade emigrante madeirense radicada na Venezuela aguarda com grande apreensão mas com vontade de mudança o desenrolar dos protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro que têm ocorrido na quarta-feira um pouco por todo o país e que já fizeram sete mortos.

Pelos contactos que o DIÁRIO encetou junto de alguns empresários naturais da Madeira que estão radicados na Venezuela é perceptível o desejo comum de mudança embora também seja notória a grande apreensão em torno da indefinição do posicionamento dos militares: continuarão leais a Maduro ou apoiarão Juan Guaidó, o novo governo interino que é apoiado pela comunidade internacional?

O momento de enorme tensão condiciona a tomada de uma posição pública. Sob anonimato, confidenciaram ao DIÁRIO que temem que os protestos se transformem numa guerrilha. As ruas continuam a ser um lugar sem lei onde os chamados ‘colectivos’, milícias armadas que circulam de moto e de táxi para amedrontar, dissuadir os manifestantes, acabando muitas vezes em assassinatos. O último balanço dava conta de sete mortos.

Sob anonimato, por medo de represálias, transmitiram-nos que a comunidade acalenta um desejo comum: que a mudança se efective de forma pacífica e sem derramamento de sangue e que a Venezuela volte a ser o país promissor e própero que era.

Acrescentam que a posição pública que foi tomada pelos Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, à excepção de México, Bolívia e Cuba, e da Rússia, ao terem reconhecido Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela, faz acreditar que a mudança política esteja efectivamente mais próxima.

As imagens partilhadas nas redes sociais, mostrando as manifestações em todos os pontos da Venezuela, estão a ser recebidas com entusiasmo por grande parte dos emigrantes madeirenses.