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Chavismo e oposição saem às ruas de Caracas a favor e contra Nicolás Maduro

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O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, partido do Governo) anunciou hoje que convocou, para o próximo dia 23, uma grande mobilização em Caracas, de apoio ao Presidente, Nicolás Maduro, no mesmo dia em que a oposição agendou uma marcha.

O dia 23 tem um significado especial para os venezuelanos, pois em 23 de janeiro de 1958 um movimento cívico-militar derrotou o Governo do ditador militar Marcos Pérez Jiménez (presidiu o país entre 1952 e 1958), referenciado como dia em que caiu a ditadura.

“Em 23 de janeiro iremos para a rua, para demonstrar ao mundo que não voltarão a trair a Venezuela. As cúpulas empresariais e os velhos partidos políticos não voltarão a trair o nosso povo. Faremos três grandes marchas, desde este e oeste (de Caracas)”, disse o vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello

Cabelo, considerado o segundo homem mais forte do chavismo e presidente da Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), acusou a oposição “de convocar manifestações quando quer gerar violência” no país.

No seu entender há falta de coerência na “política da direita” e “não há forma de a oposição possa fazer um governo de transição”, pelo que Nicolás Maduro “continuará a ser o Presidente” da Venezuela.

Na sexta-feira, o presidente da Assembleia Nacional (parlamento, no qual a oposição tem a maioria) convocou “todo o povo para a rua em todos os cantos da Venezuela” em protesto pelo novo mandato de Nicolás Maduro.

O parlamento acusa Maduro de usurpar as funções de chefe de Estado.

Nicolás Maduro tomou posse na quinta-feira perante o Supremo Tribunal de Justiça, como Presidente da Venezuela para o período 2019-2025.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito para um novo mandato presidencial nas eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, com 6.248.864 votos (67,84%).

Um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e o não respeito pelos tratados de direitos humanos ou pela Constituição da Venezuela.

Vários países manifestaram a intenção de não reconhecer o novo mandato de Nicolás Maduro.

Na quinta-feira, depois da tomada de posse, o parlamento venezuelano declarou-se em emergência para restituir o “fio constitucional”, denunciando que há uma “usurpação da presidência” do país.

“Hoje [quinta-feira] deu-se a usurpação da Presidência da República e Maduro desconhece o único poder real e legítimo do país, e avança para a desmontagem total do Estado de direito que protege os cidadãos e garante os direitos humanos”, disse o presidente do parlamento, Juan Guaidó, aos jornalistas.