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Catorze pessoas mortas em retaliação a ofensivas militares na RD Congo

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Catorze civis morreram na sexta-feira à noite, em retaliação às ofensivas militares contra alegados bastiões de rebeldes ugandeses no leste da República Democrática do Congo, subindo assim para 30 o número de vítimas colaterais, segundo fontes locais.

Os 14 civis foram mortos na região de Beni, província do Kivu Norte, onde o exército anunciou, desde 30 de outubro, operações “em grande escala” contra as Forças Democráticas Aliadas (FDA), um grupo rebelde ugandês baseado na RDC.

Os atacantes “invadiram o centro de Mbau, onde esfaquearam oito pessoas e depois mataram seis pigmeus a um quilómetro de distância”, disse Donat Kibwana, administrador do território Beni, à AFP.

Os atacantes saquearam ainda lojas e casas, acrescentou.

De acordo com a contagem do barómetro de segurança Kivu, disponibilizada pelo Grupo de Peritos do Congo (GEC) e pela ONG Human Rights Watch (que ainda não havia contado os seis pigmeus), desde 05 de novembro já foram mortos 36 civis naquela região.

O exército congolês lançou as suas operações sem a força da missão da ONU na RDC (Monusco), que afirma ter uma brigada de intervenção rápida na região.

“A situação é complicada, porque são represálias contra as operações lançadas pelo exército que a população está a sofrer com a Frente Democrática Aliada” (ADF, na sigla em inglês), disse Teddy Kataliko, chefe da sociedade civil em Beni.

A população acusa o exército de concentrar as operações em torno da cidade de Beni, e não no “triângulo da morte” Oicha-Mbau-Eringeti, perto da fronteira ugandesa.

A ADF, grupo rebelde dominado por muçulmanos ugandeses, está presente na RDC desde 1995. Este grupo foi acusado de matar centenas ou mesmo mais de mil civis na região de Beni desde outubro de 2014.

Os jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (EI) têm reivindicado alguns ataques desde o início do ano, mas não há provas firmes da existência de ligação entre a ADF e o EI.