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Angola defende reforço de segurança marítima por causa de incidentes no Golfo da Guiné

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O chefe da diplomacia angolana defendeu hoje, em Luanda, o reforço do Centro Inter-regional de Coordenação da Segurança Marítima dos Camarões e da República Democrática do Congo, devido à recorrência de incidentes naquela região.

Manuel Augusto discursava hoje na abertura da 49ª Reunião dos Ministros do Comité das Nações Unidas encarregue das questões de Segurança na África Central (UNSAC).

O ministro das Relações Exteriores de Angola considerou o encontro uma ocasião para se abordar questões que devem merecer maior atenção dos Governos, nomeadamente a exploração ilegal dos recursos, as ações de pirataria no Golfo da Guiné, a capacitação das instituições nacionais, recomendações que saíram do encontro em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDCongo), em maio deste ano.

Sobre a situação no Golfo da Guiné, Manuel Augusto defendeu que além do Centro Inter-regional de Coordenação da Segurança Marítima de Yaoundé e do Centro Regional de Ponta Negra, também a Comissão do Golfo da Guiné devem ser dotadas de maior capacidade preventiva e reativa.

O governante angolano apontou ainda como assuntos a serem discutidos, a adoção de estratégias nacionais de combate à pirataria e de implementação das convenções internacionais contra o crime organizado e transnacional, bem como o aprofundamento da cooperação internacional.

O impacto que as alterações climáticas e a exploração dos recursos naturais têm sobre a segurança na África Central e de forma geral no continente é também uma preocupação, apontou Manuel Augusto.

“Os desafios resultantes das alterações climáticas refletem-se basicamente nas mudanças do ciclo hidrológico, como acontece no sul de Angola, no Congo e na RDCongo com a seca e inundações trágicas, ou com a catástrofe ecológica do lago Chade que, conforme indicações da UNEP, passou de uma área de 25.000 quilómetros quadrados, em 1963, para menos de 2.500 quilómetros quadrados, ameaçando os recursos e meios de subsistência de cerca de 50 milhões de pessoas”, disse o ministro angolano.

Manuel Augusto apelou para se tenha sempre os recursos naturais, não como uma fonte de conflitos, mas sim, como um fator de consolidação da paz, concórdia e harmonia, entre as populações, “que não aspiram outra coisa, senão viver em paz e desfrutarem do progresso e o seu bem-estar”.

O chefe da diplomacia angolana disse que situação política no conjunto dos países “é estável e vai-se consolidando, no sentido de se assegurar cada vez mais a estabilidade na sub-região, uma condição incontornável para a recuperação económica, fortalecimento das instituições e aprofundamento da democracia”.

O governante disse que contribuem ainda para a estabilização gradual da situação política e de recuperação económica na sub-região, a consolidação do processo político decorrente da assinatura do acordo de paz e reconciliação na República Centro Africana, e a realização do diálogo nacional “muito bem-sucedido” na República dos Camarões.

O cada vez maior engajamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no apoio às estratégias nacionais nas mais variadas áreas de governação dos países também contribui para a estabilização da sub-região, apontou Manuel Augusto.

Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, República do Congo, RDCongo, Gabão, Guiné Equatorial, Ruanda, São Tomé e Príncipe e o Chade são os países que integram o UNSAC.