Madeira

Taxistas acusam SESARAM de usar “artimanhas linguísticas para vender uma verdade que é mentira”

Grupo de taxistas acusa SESARAM de os terem chamado para “rectificar algumas largas milhares de facturas”

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A troca de ‘galhardetes’ entre taxistas e SESARAM prossegue, depois destes profissionais, que asseguram o transporte de doentes não urgentes no Serviço Regional de Saúde, contestarem as dívidas, que ascendem aos milhares de euros. Num dos casos, há um taxista que tem para receber mais de 14 mil euros.

Depois do tema que fez manchete no DIÁRIO do dia 15 de Janeiro (terça-feira), dando conta que os taxistas estavam ‘mergulhados em dívidas’ depois da assinatura do protocolo com a AITRAM, há um ano, o SESARAM assumiu que os pagamentos estavam saldados, pelo menos até Abril de 2018.

Ora, um grupo de taxistas representado por José Berenguer, e que tem a receber no seu conjunto milhares de euros dos serviços prestados ao longo de 2018, transmitiu ao DIÁRIO a sua revolta pela resposta dada pelo SESARAM, nesse mesmo dia, desmentindo categoricamente tudo o que foi dito.

“Serve esta mensagem para mostrar como na política existem artimanhas linguísticas para se vender uma verdade que é mentira! Vem o SESARAM desmentir o que saiu no DIÁRIO como sendo pura mentira, que os prestadores foram pagos até Abril de 2018 “desde que tivessem as facturas em conformidade”. Claro que os empresários de transporte de passageiros táxi tem a sua facturação em ordem. E quando assinaram o protocolo de prestação de serviços de doentes não urgentes receberam directrizes como seria suposto fazerem a facturação”, começa por mencionar o porta-voz deste grupo de taxistas.

“O que o SESARAM se esqueceu de referir e explicar muito bem ao público, foi que alguém falhou... por isso os taxistas têm sido chamados para fazer a restruturação das facturas em causa, pois as diretrizes dadas inicialmente parece/suspeita-se que não estavam correctas! Certamente não por culpa dos motoristas de táxi, mas de alguém que neste percurso entre o SESARAM e eles falhou ou transmitiu mal. O que é certo é que efectivamente todos os que passaram as facturas como lhes foi pedido inicialmente foram chamados aos serviços administrativos da SESARAM e foi-lhes ‘mansamente’ pedido para rectificarem algumas largas de milhares de facturas, pois chegaram à conclusão que não as poderiam pagar como elas estavam (sabe-se lá porquê)”, acusam ainda estes profissionais.

“Compreende-se agora que o SESARAM diga que já pagou a quem tinha as facturas em conformidade até Abril? Mas houve dois tipos de informação? A uns foram dadas as directrizes correctas (para poderem receber) e a outros foram dadas directrizes infelizmente erradas, para não puderem ser pagos? Importa esclarecer! O certo é que a maioria ainda não recebeu o mês de Abril!”, acrescentam ainda, frisando que “se o SESARAM diz que pagou, não pagou certamente à maioria dos fornecedores deste serviço, porque aparentemente” estavam “todos com as facturas feitas de forma errada”.

Ainda segundo os motoristas de táxi “seria pertinente a Autoridade Tributária averiguar o porquê de tantas facturas de empresas de táxi terem sido eliminadas das suas plataformas/livros de facturação em certo período de tempo, para que o ‘novelo’ se começasse a desenrolar e alguém que está posicionado entre o topo hierárquico do SESARAM e os motoristas de táxi fosse obrigado a assumir as suas responsabilidades publicamente, porque o que está a passar para a opinião pública é que a classe mente, já recebeu e, pior, até parece que não sabemos passar facturas!”.