Madeira

Paulino Ascensão fala em “sistema podre que urge mudar desde a raiz”

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Os factos transmitidos na reportagem da TVI24 em torno da medicina nuclear do SESARAM “são graves, são um escândalo, devem ser esclarecidos de forma cabal e devem ser retiradas consequências”. As afirmações pertencem ao líder do Bloco de Esquerda da Madeira, Paulino Ascensão, numa nota veiculada à imprensa em que pede “demissões”, embora reconheça que “essa não é a cultura política na Madeira mantida pelos 40 anos de poder do PSD”, ou seja, “temos uma cultura de impunidade”

“A reportagem revela o resultado das opções erradas do Governo Regional que revelam desprezo pelo bem comum, pelo interesse do povo para alimentar negócios privados. Foi exposta esta situação na medicina nuclear, onde equipamentos que são públicos não são aproveitados para beneficiar privados, há o caso da lavandaria do hospital que foi desactivada para favorecer uma lavandaria privada (Serlima) há as concessões das vias rápidas altamente lucrativas, das inspecções automóveis dos portos e das ligações marítimas, etc... É um sistema podre que urge mudar desde a raiz para colocar o interesse público acima dos interesses privados!”, acusa o bloquista, prosseguindo nas afirmações.

“A saúde das pessoas não pode ser um negócio e os hospitais não são empresas. Há que haver rigor, mas o objectivo não é o lucro, é sim responder às necessidades de cuidados de saúde da população. A gestão tem de ser pública, rigorosa e transparente e para esse efeito deve abrir-se à participação democrática dos profissionais da saúde e dos utentes. O PSD, como é habitual, vem justificar-se com o mal dos outros e com tentativas de intimidação lamentáveis. O anúncio de processos judiciais a quem trouxe o assunto à luz do dia é condenável e prova que continua a haver perseguições. O Governo em vez de esclarecer ameaça!

“As comparações com o estado do Serviço Nacional de saúde são patéticas, há-de sempre haver algures um serviço de saúde pior para fazer de fraco consolo. Há outros partidos que reagem com dureza para disfarçar que apoiam a mesma política de favorecimento de interesses privados, de concessão e privatização de tudo o que possa dar lucro. A política não pode resumir-se ao alarido dos casos, é preciso clareza nas propostas e na linha de rumo. O Bloco de Esquerda defende a gestão pública para benefício de todos dos serviços essenciais (saúde, educação) bem como das actividades estratégicas para a Madeira, como os transportes, a energia ou a água”, resumiu Paulino Ascensão.