Madeira

“Parentalidade é um desafio”

Infância e parentalidade são os temas em debate no 2.º dia do 1.º congresso regional da Ordem dos Psicólogos

O 1.º congresso regional desde que há ordem dos psicólogos dura três dias e reúne mais de 300 especialistas. FOTO OPP
O 1.º congresso regional desde que há ordem dos psicólogos dura três dias e reúne mais de 300 especialistas. FOTO OPP

O segundo dia do 1.º congresso regional da Ordem dos Psicólogos – que decorre durante três dias, no Teatro Municipal Baltazar Dias – foi dedicado ao tema ‘Parentalidade e intervenção precoce na infância: uma prioridade na Região’.

O painel contou com a apresentação e moderação de Líria Jardim Fernandes, do Instituto de Segurança Social da Madeira, seguindo-se as intervenções de Vítor Franco (Universidade de Évora), Isabel Macedo Pinto (Universidade do Porto) e de Mónica Nóbrega (SESARAM).

A primeira intervenção – ‘A criança, a família, a equipa (de intervenção precoce) e todos os outros...’ – incidiu sobre as crianças com deficiência ou perturbações no desenvolvimento e na importância de trabalhar junto das famílias, mas também da própria comunidade, no sentido de promover o desenvolvimento destas crianças. Para Victor Franco, “a intervenção precoce deve estar acompanhada da inclusão educativa, social e profissional”, pelo que importa mudar a forma como olhamos a deficiência. “[A deficiência] não deve ser vista como uma doença a ser tratada”, frisa o psicólogo. Importa, sim, criar famílias mais “responsivas” e capazes de comunicar com estas crianças.

Neste seguimento, a intervenção de Isabel Macedo Pinto – ‘Promover a parentalidade positiva’ – sublinhou não só a importância da influência dos pais no comportamento dos filhos, mas também que “todos os pais em algum momento vão precisar de ajuda”, pelo que torna-se importante divulgar conceitos e práticas de parentalidade positiva, entendendo-se aqui como fundamental o papel dos meios de comunicação.

Mónica Nóbrega, por sua vez, veio apresentar um projecto regional na área da parentalidade, mais concretamente da maternidade. Este projecto, desenvolvido pela equipa do Serviço de Saúde da RAM (SESARAM), parte do pressuposto de que “a parentalidade não é apenas o resultado da relação pais/filhos, mas é influenciada por vários factores”, como sejam o papel do homem e da mulher na sociedade. Torna-se, pois, fundamental que os pais cuidem também de si próprios e da sua saúde mental, para que esta relação seja positiva. Assim, o projecto ‘Intervir na saúde mental e parentalidade na RAM: Projecto Sem Pesos na Maternidade’, visa essencialmente sensibilizar as mães para o auto-cuidado precoce, ou seja, desde a gravidez.

Como sumariza Mónica Nóbrega: “A parentalidade é um desafio”, pelo que passará pela psicologia ‘ao serviço das pessoas’ (tema que de resto dá mote a este congresso) ajudar a formar “pais mais conscientes, saudáveis e responsivos”.

Este encontro, que junta mais de 300 profissionais, reveste-se de especial importância para a Madeira devido ao seu cariz prático na resolução de problemas relacionados os psicólogos e a comunidade da Ilha.