Madeira

Mais trabalhadores e melhores salários... e homens ganham 21% mais

Embora as estatísticas apresentem desfasamento temporal de um ano, percebe-se que em 2016 já houve melhorias nas empresas pós-crise

Foto Shutterstock
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Segundo a informação dos Quadros de Pessoal, o número de trabalhadores e o ganho médio mensal cresceram 3,2% e 0,5% em 2016 face a 2015, respectivamente, percebendo-se aqui uma saída da crise que marcou o cenário empresarial madeirense entre 2009 e 2014, nomeadamente na perda de recursos-humanos, pois nos salários apenas um ano (2013) foi de diminuição.

A Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM) disponibilizou hoje no seu portal a actualização da Série Retrospectiva das Estatísticas dos Quadros de Pessoal com a informação de 2016, “baseados no ‘Anexo A’ do Relatório Único (relatório anual que compila dados sobre a actividade social da empresa e que é respondido pelas entidades empregadoras com pelo menos um trabalhador por conta de outrem. Esta informação é preenchida ao nível do estabelecimento)”, salienta.

Assim, no âmbito desta operação estatística, “em 2016, foram apurados 43,1 mil trabalhadores por conta de outrem (a tempo completo e com remuneração completa) nos estabelecimentos localizados na Região Autónoma da Madeira (RAM), mais 3,2% que no ano anterior, o que significa um reforço da tendência crescente iniciada em 2014, ano que marcou a interrupção de um período de cinco anos (iniciado em 2009) de reduções sucessivas”

“Tendo em conta o sexo, os resultados indicam que as pessoas ao serviço nos estabelecimentos empresariais a operar na RAM eram maioritariamente do sexo masculino (52,4% do total), tendo este grupo aumentado 2,5% face a 2015. O crescimento verificado no sexo feminino foi superior (+3,9%)”, refere. E “na distribuição dos trabalhadores por escalão de pessoal da empresa, observa-se o maior aumento de trabalhadores em empresas que têm entre 250 e 499 pessoas ao serviço (+45,7%, mais 1 170 trabalhadores). Os únicos escalões a registar reduções foram os de 10-19 trabalhadores (-6,2%) e de 500 ou mais (-5,9%). As empresas com 1-9 trabalhadores concentraram 21,0% do total de trabalhadores, passando a ser o escalão de pessoal mais representativo, por troca com o grupo de 500 ou mais trabalhadores (19,8%)”, aponta ainda.

“Quanto às habilitações literárias, comparando 2015 com 2016, registaram-se descidas no número de trabalhadores com habilitações mais baixas (2.º ciclo do ensino básico ou inferior) e com bacharelato. Em todos os restantes níveis verificaram-se subidas. Os grupos mais representativos continuam a ser os que possuem o secundário (29,1%) e o 3.º ciclo do ensino básico (27,3%). Os trabalhadores com habilitações superiores (licenciados, mestres ou doutorados) representam 13,4% e a sua importância tem crescido continuamente. Em 2006 eram 6,8% e em 1996, apenas 1,4%”, reforça a DREM.

Por fim, “o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem apurado em 2016 situou-se nos 1.063,46€, valor ligeiramente superior ao do ano anterior (1.058,26€), o que corresponde a um aumento anual de 0,5%. No que respeita ao escalão de pessoal da empresa, destaca-se o aumento de 3,9% no ganho médio mensal dos trabalhadores de estabelecimentos pertencentes a empresas com 500 e mais pessoas ao serviço. Este grupo é efectivamente aquele que aufere melhores remunerações (1.408,15€), 32,4% acima da média regional, sendo que quanto maior é a dimensão da empresa, em regra, maiores são os ganhos dos trabalhadores. A única excepção a esta situação é o facto das empresas com 250-499 empregados (1.107,62€), pagarem em média menos que as empresas com 100-249 trabalhadores (1.124,96€). O escalão de pessoal 1-9 é aquele que oferece ganhos inferiores (813,64€)”.

Outra conclusão, que apesar da melhoria continua a ser arrasadora para a equidade entre sexos: “A análise do ganho médio mensal de acordo com o sexo, para o ano de 2016, mostra que os homens (1.160,17€) ganhavam em média mais 21,2% (ou seja, mais 109,99€) do que as mulheres (956,95€), prolongando-se a tendência que existe desde o início desta série. Contudo, enquanto em 1995 as mulheres recebiam 77,6% do ganho médio mensal dos homens, em 2016, esse rácio passou para 82,5%.”