A CDU esteve hoje no aeroporto da Madeira para denunciar as taxas cobradas por passageiro mais elevadas do País.

Uma situação que Ricardo Lume condena, uma vez que, numa Região insular e ultraperiférica como a Madeira, torna-se “fundamental garantir que as infra-estruturas aeroportuárias estejam verdadeiramente ao serviço dos Trabalhadores e do Povo da Madeira e do Porto Santo e não apenas ao serviço dos grandes interesses privados, sejam eles regionais nacionais ou internacionais”.

O deputado comunista entende que depois do “ruinoso” negócio para a Região, que resultou na entrega dos aeroportos a uma multinacional, os resultados estão à vista e passam pelo “acumular de passageiros em filas de espera, a supressão e o adiamento de voos, assim como a degradação das condições de conforto, fiabilidade e segurança”. Consequências que derivam da “alteração do modelo de gestão pública, para um modelo de gestão unicamente centrado no máximo lucro e na remuneração dos accionistas da VINCI que aumentou a precariedade laboral e a subcontratação, reduzindo o investimento”, destacou Ricardo Lume.

O comunista relembra que aquando da entrega da gestão dos aeroportos da Madeira, foi garantido que as taxas aeroportuárias seriam equiparadas ao do aeroporto de Lisboa, verificando-se, no entanto, um “aumento global das taxas aeroportuárias nos aeroportos nacionais na ordem dos 167% em apenas 5 anos”, sendo que, entre 2017 e 2018, os aeroportos da Madeira e do Porto Santo registaram um aumento da taxa por passageiro de 1,3% para as viagens dentro do espaço Schengen e um aumento de 1,7% para os voos entre a Madeira e o Porto Santo.

Quanto às taxas de serviço a passageiros cobradas nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo, Ricardo Lume refere que são superiores em 38,5% às praticadas no aeroporto de Lisboa, e 85% superiores às praticadas nos aeroportos dos Açores. “Não contentes com estes valores, a ANA pretende aumentar as taxas aeroportuárias no aeroporto de Lisboa na ordem dos 1,44%, nos aeroportos da Madeira e Porto Santo em 0,01% e nos aeroportos dos Açores em 1,38%”, sendo certo que aos madeirenses e porto-santenses interessaria “a redução efectiva das taxas aeroportuárias do aeroporto da Madeira e do Porto Santo”, equiparando-as às dos Aeroportos de Lisboa e dos Açores.

Razões que levam a CDU a apresentar um voto de protesto na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira pelo facto de “continuarmos a ter as taxas aeroportuárias, cobradas por passageiro, mais elevadas do País”, salienta Ricardo Lume, advertindo que o “resgate da concessão da ANA é uma prioridade”, sendo necessário que a Região e o Estado português “desenvolvam uma política que assuma como objectivo a recuperação do controlo dos aeroportos”.