Madeira

Incêndio na Insular de Moinhos faz lembrar outros de grandes proporções na baixa do Funchal

None Ver Galeria

“Eram sete da tarde. Ontem. Fim dum dia de trabalho para muita gente. O eco do potente som das sirenes, intermitentemente a soar, era mau presságio”. Este bem poderia ser o texto de rescaldo ao incêndio desta sexta-feira na antiga fábrica da Insular de Moinhos. Só que este parágrafo então publicado no DIÁRIO, que aqui recordamos, tem mais de 40 anos e dava conta de um dos maiores incêndios na baixa funchalense, ocorrido a 22 de Outubro de 1974.

Ainda hoje é lembrado como o grande incêndio da ‘Socarma’, que funcionava na antiga fábrica de São Filipe, ficando completamente destruída. Originou momentos de pânico num quarteirão compreendido entre a Avenida do Mar, Largo do Pelourinho, Rua 5 de Outubro e Rua do Profeta.

O fogo foi combatido de imediato, já que o quartel dos Bombeiros Voluntários Madeirenses funcionava, então, no mesmo edifício. A pronta intervenção evitou uma tragédia de maiores dimensões. Desse incêndio, que seria dado como extinto dois dias depois, resultaram seis feridos graves e avultados prejuízos.

Anos antes, a 26 de Junho de 1971, o “fogo devorou enquanto a cidade dormia”, escrevia o DIÁRIO na primeira página, dando conta do rescaldo de um incêndio que fez acordar, sobressaltada, a baixa funchalense. O fogo destruiu, em 90%, o quarteirão compreendido entre as ruas da Alfândega, Esmeraldo, Cristóvão Colombo e do Sabão.

“Se houvera vento, teríamos agora a lamentar um dos maiores sinistros de sempre, que poderia ter arrasado grande parte da baixa citadina”, dava conta o DIÁRIO na edição de 28 de Junho de 1971. O violento incêndio deflagrou nas instalações da ‘Casa das Balanças’, na Rua do Esmeraldo, ainda antes das 4 da madrugada. Explosões de produtos inflamáveis deram ainda mais maior intensidade ao fogo.

Quando o incêndio deflagrou, na madrugada de sábado para domingo, já a edição do DIÁRIO estava a ser impressa nas rotativas. Mas os primeiros momentos do fogo foram testemunhados por dois gráficos que então trabalhavam nesta casa, regressando de imediato às instalações que na altura funcionavam na Rua da Alfândega. Um deles, munido de máquina fotográfica da redacção, captou as primeiras imagens do incêndio. Duas horas depois essas fotografias eram dadas a conhecer logo na edição de domingo, ainda a cidade acordava para aquilo que havia acontecido madrugada dentro.

Mais recentemente, nos grandes incêndios de Agosto de 2016, a zona de São Pedro também foi fustigada, destruindo ou danificando históricos edifícios. A 2 de Junho de 2007, de madrugada, um incêndio deflagrou na sede do Club Sports da Madeira, na Avenida Arriaga, com o alerta a ser dado por volta das 3h50, fogo logo testemunhado por quem frequentava o Café do Teatro, ali ao lado, já que era noite de sexta para sábado. O incêndio provocou elevado estragos no histórico edifício, entretanto já recuperado.