A moção de censura

Carlos César (CC) o Primeiro Ministro (PM) e os comparsas da geringonça reagiram com enfado pouco democrático à legítima decisão do CDS de apresentar uma moção de censura ao governo. CC manifestou até azedume por ter de “gastar” 4 horas do seu precioso tempo no respetivo debate, como se não fosse para isso o ordenado que recebe e não fizesse parte das suas obrigações como deputado. Ainda que nada venha alterar no “pântano político” em que a geringonça atolou o País deveriam, como democratas que se prezam, agradecer mais esta oportunidade para esclarecer os portugueses do falhanço no cumprimento de promessas como o fim da austeridade que persiste, no investimento público em setores fundamentais como a saúde, transportes públicos nomeadamente a ferrovia e a rede viária degradada sempre adiado, pela crescente insatisfação no funcionalismo público, na saúde, nas polícias, nos guardas prisionais e na magistratura com as greves sempre em crescendo, tudo evidências factuais de que a austeridade continua e que a mesma só “acabou” quando o ministro das finanças fechou cada um dos orçamentos destes 4 anos recomeçando de imediato logo que os mesmos foram aprovados, não passando de números para tentar enganar os portugueses com o apoio explícito do BE e do PCP. Em recente carta nesta rubrica do DN um leitor acusava Assunção Cristas de “malfeitorias”, como se não tivesse sido o governo PS chefiado por Sócrates quem quase “destruiu” a nossa economia e atirou Portugal para a bancarrota, queixando-se ainda com despautério que a discussão da moção de censura “lhe vai à carteira”. Mas não é para debater os problemas do País que elegemos deputados e temos uma AR? A moção de censura ao governo de pouco adiantará, não por culpa de quem a apresenta mas porque o PM, apoiado por BE e PCP, e como é já seu apanágio em todos os debates na AR furtar-se-á a responder e a esclarecer os portugueses sobre as questões que lhe vierem a ser colocadas pelos deputados da oposição.

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