O presidente da Junta de Freguesia da Boaventura, entidade que este ano organizou a solo a 4ª edição do trail local, procura, através de um comunicado a que o DIÁRIO teve acesso, repor aquela que entende ser a verdade quanto à actuação da Associação de Atletismo da Região Autónoma da Madeira (AARAM) e as implicações de algumas declarações do seu presidente, Policarpo Gouveia, cuja transcrição integral apresentamos abaixo.

“Na sequência da apresentação oficial do nosso evento “Trail de Boa Ventura – 4.ª edição” onde manifestámos o nosso descontentamento e indignação pelo facto de a Associação de Atletismo da Região Autónoma da Madeira (AARAM), enquanto organismo desportivo responsável pela coordenação do Circuito Madeira Trail, não se fazer representar por nenhum membro dessa associação, surgiram, no dia seguinte, na imprensa escrita (JM, 9/01/19, pág. 33) e na rádio (antena 1 Madeira – 9/01/19), declarações do senhor presidente da direcção da AARAM, Policarpo Gouveia, totalmente descabidas e desfasadas da realidade, as quais, naturalmente, refutamos.

Em ambos os órgãos de imprensa, o senhor presidente da direcção da AARAM, afirma que “só em Dezembro foi avisado por terceiros de que já não iríamos organizar a edição deste ano” e que “gostávamos de ser avisados em tempo útil”. FALSO.

Relembramos-lhe de que houve uma reunião de trabalho convocada pela Junta de Freguesia de Boa Ventura (JFBV), no dia 8 de Julho, nas instalações desta Junta, com a presença do senhor director técnico regional de trail running, Nuno Gonçalves, ao qual foi transmitida a intenção de a Junta assumir a organização do referido evento, mas com a natural supervisão técnica da AARAM. Presumimos que essa informação lhe tenha sido prestada. Além disso, no dia 30 de Setembro, foi-nos enviada, por email, informação relativa à reunião geral de calendário, que decorreu no dia 8 de Outubro, com as entidades organizadoras, e na qual constava o evento “Trail de Boa Ventura – 4.ª edição” associado à organização exclusiva da JFBV. Presumimos igualmente que os calendários sejam previamente analisados e aprovados pelo presidente da direcção da AARAM. Já no dia 23 de Outubro, após o nosso pedido de orçamento para o serviço de cronometragem do evento que está integrado no Circuito da AARAM, chegou-nos via email um valor exorbitante de 3,00 € por atleta e 250,00 € por cada tapete de controlo intermédio, o dobro do valor acordado pela AARAM para provas pertencentes ao Circuito, numa clara atitude revanchista por parte do presidente da direcção da AARAM, que nos acusa de “falta de cortesia e ética”... Naturalmente, tivemos que recorrer a outras entidades externas, que desenvolveram um excelente trabalho de cronometragem, com tempos online e a preços mais competitivos.

O senhor presidente da direcção da AARAM, Policarpo Gouveia, refere também que “não havia disponibilidade de nenhum elemento da AARAM em marcar presença” e que “a AARAM não é governada por uma equipa profissional e a tempo inteiro”. FALSO.

Causa-nos imensa estranheza esta afirmação, uma vez que esta associação é responsável pela organização de uma centena de eventos por época e possui, além dos 35 elementos que compõem os seus órgãos sociais (dos quais, 11 da direcção), um quadro administrativo, e elementos destacados nesta modalidade. Realmente, foi mesmo um grande azar termos realizado a apresentação oficial do evento naquele dia... Quando pensávamos que no dia do evento (domingo), a AARAM ainda poderia redimir-se, marcando presença na cerimónia de entrega de prémios, repetiu-se o cenário de desprezo e indisponibilidade por parte da direcção da AARAM.

Por outro lado, afirma que “o ano passado, quando acabámos (a 3.ª edição), estava tudo acertado para continuarmos a organizar em conjunto” e “até que nós também já tínhamos feito alguns investimentos”. FALSO.

Na verdade, nunca houve formalização desse compromisso, desconhecendo a JFBV que investimentos foram efectuados para o evento, sem o nosso devido conhecimento.

Por tudo isto, e em jeito de conclusão deste triste episódio protagonizado pelo presidente de uma das maiores associações desportivas da região, lamentamos que tenha assumido uma postura de autovitimização e revanchista quando, na verdade, a entidade que se afastou deliberadamente do evento foi a AARAM, ou melhor, o presidente desta instituição.

A organização do 4.º Trail Boa Ventura”.