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OCM fecha domingo a temporada com sentimento de dever cumprido

Concerto de encerramento será no Centro de Congressos com orquestra reforçada e com o violinista Haik Kazazian, sob a batuta de Martin André

O violinista Haik Kazazian está em destaque neste final de temporada da OCM.   Foto DR
O violinista Haik Kazazian está em destaque neste final de temporada da OCM. Foto DR

A Orquestra Clássica da Madeira (OCM) coloca um ponto final na presente temporada com um balanço e um concerto no domingo pelas 18 horas no Centro de Congressos da Madeira. Para esta apresentação final a formação de 42 músicos será reforçada por 12 estudantes e vai apresentar um programa com duas obras de referência do seu tempo: o Concerto para Violino e Orquestra de Ludwig van Beethoven - tendo como solista convidado Haik Kazazian - e a 9.ª Sinfonia de Dmitri Shostakovich. A direcção é de Martin André.

No balanço, o director artístico fala dos pontos altos da temporada, a sexta no modelo actual sem maestro residente. Norberto Gomes acredita que a OCM está a numa fase de consolidação da sua actividade neste modelo e que as escolhas feitas nomeadamente em termos de artistas, “conferiu legitimidade” à causa do projecto e “nobreza” aos seus propósitos. “Foi uma proposta artística atenta, ambiciosa e ponderada, com uma concepção artística integrada e integrante”, resumiu, “uma programação compacta e rica na sua diversidade, dando a ouvir obras de todos os tempos”.

Este final de temporada é celebrado com um concerto maior, se não fosse por mais, pela sala e pelo número de músicos. Vão interpretar o Concerto para Violino e Orquestra de Beethoven é uma “obra apaixonada e de plena maturidade e um dos concertos favoritos do grande público”, apresentou a Casa da Música quando a integrou no ciclo Grandes Concertos para Violino. A composição data de 1806 e será interpretada em formação sinfónica com a ajuda de Haik Kazazian. O violinista arménio nasceu em 1982. Em 1989 ingressou na Escola de Música Sayat-Nova, onde iniciou os estudos na classe de L. Zoryan. Em 1996 mudou-se para Moscovo, tendo estudado com E. Gratch na escola de música Gnessin e no Conservatório P. I. Tchaikovsky. Após a licenciatura, seguiu para a Royal College of Music, em Londres, onde continuou o aperfeiçoamento com I. Rashkovsky, tenho paralelamente assistido a formações com Shlomo Mintz, Ida Haendel, Boris Kushnir, Pamela Frank e outros.

Hoje o violinista actua em vários palcos e com diversas orquestras, fruto também dos seus prémios e pódios conquistados. Em 2002 ficou em 4.º lugar no XII International P. I. Tchaikovsky Competition, uma das provas mais prestigiadas do mundo, e venceu em 2004 o International Violin Competition em Sion-Valais e em 2007 o International Violin Competition na Coreia do Sul, para referir alguns.

Além do Concerto para Violino e Orquestra de Beethoven, o público poderá ouvir a 9.ª Sinfonia de Dmitri Shostakovich, a mais breve das sinfonias deste compositor. “A Nona de Shostakovich tem inspiração objectiva, simplicidade clássica e boas doses de sarcasmo e ironia. A fabulosa habilidade arquitectónica lembra a Oitava de Beethoven e a aproxima de Haydn”, descreve o sítio da Orquestra Filarmónica de Minas Gerais.

Os músicos voltam a ser dirigidos por Martin André, que já colaborou com a OCM em outras ocasiões. O maestro divide a sua carreira entre os teatros de ópera e as salas de concerto, tendo já dirigido todas as grandes companhias de ópera britânicas. Tem-se apresentado à frente da Royal Opera House, Glyndebourne Touring Opera, Ópera da Escócia, Ópera Nacional Inglesa, Opera North e Ópera da Irlanda do Norte e dirigido fora de casa na África do Sul, Albânia, Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Holanda, Israel, Itália, Noruega, Nova Zelândia, República Checa, Suíça e, claro, em Portugal.

Os bilhetes para este último concerto da temporada 2018/2019 custam 20 euros para o público em geral. Há descontos previstos. Podem ser comprados no centro comercial La Vie e no dia do concerto no local, a partir das 14 horas.