O Centro de Congressos da Madeira esgotou para ouvir o concerto ‘Irmandade do Braguinha’, que se realizou ontem com a presença de braguinhas de várias origens. A iniciativa da Associação Cultural e Musical Xarabanda faz parte de um projecto mais alargado integrado nas comemorações dos 600 anos da Madeira e do Porto Santo.

O projecto “celebra, honra e reaviva a memória e o conhecimento sobre a influência da Madeira na história e cultura do Havai”, destacou a secretária regional do Turismo e Cultura, que marcou presença no local. Paula Cabaço recordou a viagem que há 140 ano levou 176 crianças, 110 mulheres, 133 homens rumo a este destino, onde chegaram a 23 de Agosto de 1879, com os seus cordofones, deixando uma marca na cultura ainda hoje bem visível. É precisamente desta ligação estreita que ficou e que não é apenas musical que fala o documentário ‘Legacy’, de Nuno Jardim, ainda em produção. Ontem a abrir foram apresentadas algumas imagens ao público que reflectem precisamente os pontos em comum.

Logo depois Sofia Maul contou a história de uma família que saiu da Madeira para o Havai em ‘A epopeia de um cordofone’, um momento do espectáculo que conquistou a plateia cheia e antecedeu a apresentação dos sete instrumentistas convidados. Na ‘Irmandade do Braguinha’ entraram representantes de seis paragens. Joe Souza veio do Havai, Beselch Rodrigues de Canárias, Tonhinho do Carmo do Brasil, Luís Firmino de Cabo Verde e Daniel Pereira, do Minho. Participaram também os madeirenses Roberto Moritz e Roberto Moniz, músicos talentosos que mostraram a riqueza deste instrumento.

O concerto de ontem no Centro de Congressos da Madeira alongou-se por mais de duas horas, o que acabou por ser um pouco demais para algum público.

Pela afluência e pela qualidade do espectáculo, este foi mais um dos momentos altos das comemorações dos 600 anos.