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Dançando com a Diferença leva ‘Happy Island’ a Viseu

Coreografia de La Ribot em estreia nacional na mostra New Age, New Time

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A estreia nacional de ‘Happy Island’, coreografia de La Ribot para o grupo Dançando com a Diferença, a par da estreia de um espectáculo do brasileiro Henrique Rodovalho, marcam a mostra New Age, New Time (NANT), que arranca sexta-feira em Viseu.

Noutras edições desta mostra de dança, o público teve oportunidade de estar com os artistas “de uma forma mais informal através das aulas de dança”, explicou hoje aos jornalistas a directora do Teatro Viriato, Paula Garcia.

“Desta vez, propusemos uma possibilidade de conversa, de diálogo muito mais próximo e também um lugar de pensamento e de reflexão da forma como a dança se foi transformando e vai evoluindo”, justificou.

A sétima edição da NANT -- que decorrerá até 30 de novembro - terá dança, cinema, performance, conferências e conversas.

La Ribot, Dançando com a Diferença, Companhia Paulo Ribeiro, Henrique Rodovalho, Tânia Carvalho, Luiz Antunes, Mickaël de Oliveira, Cláudia Dias, Henrique Furtado, Aloun Marchal e João Fiadeiro são os nomes que integram a programação.

“Temos uma estreia nacional, da La Ribot, para o grupo Dançando com a Diferença, e uma estreia da Companhia Paulo Ribeiro (residente no Teatro Viriato), que convidou Henrique Rodovalho a trabalhar sobre a relação de Portugal/Brasil e a focar-se no tema da violência”, explicou Paula Garcia.

A mostra abre com a estreia nacional de “Happy Island” (sexta-feira e sábado), o novo trabalho do grupo Dançando com a Diferença, da Madeira, criado pela coreógrafa e artista multidisciplinar espanhola La Ribot.

A estreia do novo trabalho da Companhia Paulo Ribeiro, intitulado “Um encontro provocado” (dias 29 e 30), encerrará a NANT. Este trabalho surgiu de um desafio lançado ao coreógrafo brasileiro Henrique Rodovalho para desenvolver uma reflexão sobre a violência do Brasil e a segurança de Portugal.

“É a primeira vez que na NANT temos dois coreógrafos internacionais. Nunca tinha acontecido, acontece desta vez porque eles vêm coreografar para grupos nacionais”, explicou Paula Garcia.

Segundo a diretora do Teatro Viriato, a intenção continua a ser “manter a NANT como um espaço exclusivo da coreografia e da dança nacional”, mas perceber “como é que esta contaminação internacional pode estar com a dança portuguesa”.

“Interessa-nos manter esta ideia de uma criação nacional, mas que não impede esta relação, esta fusão, estes encontros internacionais, com o internacional”, sublinhou.

Paula Garcia destacou também a estreia da conferência encenada de Luiz Antunes sobre “Movimento prosódico: palavras impregnadas de imagem -- o texto e a dança” (dia 23) e a remontagem da conversa/performance “O que eu sou não fui sozinho” (dia 26), de João Fiadeiro e António Alvarenga.

Do programa constam também o filme “Um Saco e uma pedra -- peça de dança para o ecrã” (domingo), de Tânia Carvalho, e os espectáculos “Quarta-feira: O tempo das cerejas” (dia 21), de Cláudia Dias, e “Bibi Ha Bibi” (dia 24), de Henrique Furtado e Aloun Marchal.

A conferência “A presença do texto na dança e no teatro contemporâneos” (dia 22), de Mickaël de Oliveira, e a conversa “Se não sabe porque é que pergunta?” (dia 25), dirigida por João Fiadeiro e Joaquim Alexandre Rodrigues, completam o programa.

Segundo a responsável, “a NANT tem mudado ao longo destes anos”, tendo começado “por ser um espaço para a dança emergente em Portugal”, evoluído “para um encontro entre coreógrafos já mais consagrados e num diálogo com a emergência” e agora “para um lugar de várias gerações”.

Na sua opinião, há que “ter a preocupação de assumir as várias gerações da dança em Portugal e trazer sempre algo de novo” a cada edição.