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Portugal registou a maior quebra da UE no transporte de mercadorias

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O sector do transporte rodoviário de mercadorias em Portugal tem vindo a enfrentar uma encruzilhada. Apesar do crescimento dos últimos anos, persistem riscos que podem comprometer as empresas.

Em 2022, o volume de negócios do sector português atingiu os 3 450 milhões de euros, um aumento de 11,3 % face a 2021, segundo a consultora DBK. No entanto, este avanço não esconde fragilidades.

Dados do estudo ‘Insight View’ mostram que, em 2023, 39% das empresas de transporte rodoviário de mercadorias estavam em risco de incumprimento, ainda um patamar alarmante apesar de ter baixado face aos 44 % de 2022.

Além do mais, o sector é altamente fragmentado. Cerca de 98 % das empresas são micro ou pequenas, embora representem apenas parte do volume de negócios. As médias e grandes empresas, apesar de poucas, detêm 54 % da facturação total.

Paralelamente, Portugal destacou-se como o país da União Europeia com a maior queda no transporte rodoviário de mercadorias em 2023, com uma redução de 16,4% face ao ano anterior. Um contraste preocupante comparado com a média europeia, que registou uma queda de 3,2.

Escassez de mão-de-obra qualificada mantém-se um problema crónico

Não é apenas nos números financeiros que se percebem os desafios. A falta de camionistas qualificados continua a afectar a competitividade e fiabilidade do sector.

A escassez está identificada em Portugal há vários anos, com entidades como a Fectrans a apontarem os elevados custos de formação e de carta de condução, que podem atingir os 6 000€, como barreiras relevantes. A nível europeu, estima-se que serão necessários 745 000 novos camionistas até 2028, um sinal de que o problema é transversal.

Inovação para contrariar a pressão

Num contexto de margens apertadas, escassez de recursos humanos e incertezas no mercado, a tecnologia tem vindo a afirmar-se como um aliado cada vez mais importante. A digitalização da gestão de frotas abre espaço para ganhos de eficiência, permitindo às empresas reduzir custos e reforçar o controlo sobre as operações.

Entre as soluções que têm ganho terreno contam-se os sistemas de gestão de combustível, que não só facilitam o pagamento como permitem analisar consumos e negociar condições mais vantajosas numa rede alargada de postos de abastecimento.

Também a telemática avançada tem mostrado impacto directo na produtividade, com softwares que permitem localizar viaturas em tempo real, integrar informação de abastecimentos e monitorizar comportamentos de condução.

A isto juntam-se ainda mecanismos como o pagamento automático de portagens, que simplifica a circulação em estradas nacionais e internacionais, e serviços especializados de recuperação de IVA, que ajudam as empresas a poupar até 15 % em custos, garantindo simultaneamente conformidade com a legislação nacional e europeia.

Estas ferramentas, quando usadas em conjunto, potenciam o negócio, reforçam a segurança e permitem que as equipas se concentrem no essencial.