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Oposição alerta deterioração da saúde de jornalista preso há um ano na Venezuela

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Foto EPA

O partido Vente Venezuela (VV), liderado pela opositora Maria Corina Machado, alertou hoje para a degradação do estado de saúde do jornalista Víctor Ugas, detido há quase um ano.

"Há um ano, Victor Ugas, jornalista e ativista venezuelano, foi sequestrado pelo regime. Durante a sua injusta prisão, a sua saúde foi afetada e a deterioração tem sido notável. A sua integridade física não é a mesma", denunciou o Comité de Direitos Humanos do VV na rede social X.

Na mensagem, o VV salienta que continua a lutar pela libertação de Victor Ugas: "Exigimos a liberdade para Victor Ugas e todos os presos políticos".

Em julho, o VV já tinha alertado que o jornalista precisava de cuidados médicos urgentes, estava com febre há quase um mês e apresentava quadros depressivos, acompanhados por dissociação da realidade.

Victor Ugas foi detido em 18 de agosto de 2024, no contexto da crise e repressão pós eleições presidenciais de 28 de julho desse ano, resultados que a oposição contesta, defendendo que o opositor Edmundo González Urrutia, o substituto de Maria Corina Machado, obteve 70% dos votos.

O jornalista foi detido após um confronto com o 'tiktoker' Emmanuel Marcano, de tendência pró-regime, em Caracas, tendo depois sido transferido para a prisão de Yare III, acusado de "incitação ao ódio e conspiração".

Foi a terceira vez que Victor Ugas foi detido, tendo a primeira vez acontecido em 10 de outubro de 2014, quando esteve preso mais de oito meses na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços de informações).

Em dezembro de 2019, foi novamente detido, sendo libertado 28 dias depois.

No início de julho, organizações, jornalistas e trabalhadores da imprensa na Venezuela exigiram a libertação de 20 colegas detidos, entre os quais ativistas opositores, bem como o fim da "perseguição" e das leis que "criminalizam a liberdade de expressão".

Antes, em 10 de junho, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) já tinha exigido a "libertação imediata" de três jornalistas "detidos por informar", em "contexto de crescente repressão contra a imprensa independente".

A ONG Foro Penal (FP) contabilizou, em 04 de agosto, na Venezuela, 807 pessoas detidas por motivos políticos, 712 homens e 95 mulheres.